ATA DA QUADRAGÉSIMA QUARTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 05.06.1998.
Aos cinco dias do mês de
junho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove
horas e quinze minutos foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib,
José Valdir, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal e Tereza Franco. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio
Hohlfeldt, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson
Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do
Rosário, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Sônia Santos. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da
Quadragésima Segunda Sessão Ordinária e da Décima Sexta Sessão Solene, que,
juntamente com as Atas da Quadragésima e da Quadragésima Primeira Sessões
Ordinárias, deixaram de ser votadas face à inexistência de "quorum"
deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, 02 Emendas
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 06/97 (Processo nº 482/97) e o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 11/98 (Processo nº 1747/98); pela Vereadora
Anamaria Negroni, 01 Pedido de Providências e o Projeto de Resolução nº 24/98
(Processo nº 1498/98); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador Carlos Garcia, 01 Pedido de Providências e o Pedido
de Informações nº 77/98 (Processo nº 1803/98); pelo Vereador Cláudio Sebenelo,
01 Pedido de Providências; pela Vereadora Clênia Maranhão, o Pedido de
Informações nº 79/98 (Processo nº 1837/98); pelo Vereador João Carlos Nedel, 04
Pedidos de Providências, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 75/98
(Processo nº 1596/98) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 84/98 (Processo nº
1810/98); pelo Vereador João Dib, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Luiz
Braz, 02 Pedidos de Providências; pela Vereadora Tereza Franco, 06 Pedidos de
Providências e a Indicação nº 45/98 (Processo nº 1832/98). Do EXPEDIENTE
constaram: Ofícios nºs 17/98, do Senhor Arno Hugo Augustin Filho, Secretário
Municipal da Fazenda; 121, 124 e 125/98, do Senhor João Carlos Vasconcellos,
Diretor-Presidente da Empresa Portoalegrense de Turismo S. A. – EPATUR; 126/98,
do Senhor Alcides Vettorazzi, Juiz Federal Diretor do Foro de Joaçaba/SC;
293/98, do Senhor Martim Saraiva Barboza, do Gabinete do Vice-Governador do Estado/RS;
402 e 410/98, do Desembargador Cacildo de Andrade Xavier, Presidente do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; 1132/98, do Senhor Gilberto
Chiapinotto, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal; 1813,
1815, 1817, 1820, 1904 e 1905/98, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil
Adjunto do Estado/RS; s/nº, do Senhor João Gilberto Lucas Coelho, Secretário
Extraordinário para Assuntos da Metade Sul do Estado/RS; s/nºs, do Senhor
Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações;
Cartões: do Senhor Roberto Argenta, da Calçados Beira-Rio; do Senhor João Luiz
Vargas, Deputado Estadual/RS; do Senhor Almir de Souza Maia, Reitor da
Universidade Metodista de Piracicaba/SP; Telegramas: do Senhor Arno Frantz,
Deputado Estadual/RS; do Senhor José Ivo Sartori, Deputado Estadual/RS; do
Senhor Paulo Renato de Souza, Ministro de Estado da Educação e do Desporto; do
Senhor Abilio Afonso Baeta Neves, Secretário de Educação Superior/MEC; do
Senhor José Ivonildo do Rego, Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte; do Senhor Francisco Turra, Ministro da Agricultura e do Abastecimento;
do Senhor Mozart Neves Ramos, Reitor da Universidade Federal de Pernambuco. A
seguir, por solicitação do Vereador Cláudio Sebenelo, foi feito um minuto de
silêncio face ao falecimento do Senhor Luiz Roberto Ruga, tendo o Vereador
Pedro Américo Leal manifestado-se acerca desta solicitação. Após, o Senhor
Presidente registrou as presenças do Senhor José Jurandir Teixeira Leite,
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e
Operadores de Mesas Telefônicas no Estado - SINTTEL/RS, dos Senhores Sérgio
Prado, Antônio Carlos Amaral, Marli Ritter, Ademir Motta e Itamar Russo, integrantes
da Diretoria do SINTTEL/RS, e do ex-Vereador Milton Zuanazzi. Em continuidade,
o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor José
Jurandir Teixeira Leite, que discorreu acerca da organização, no Estado, do
Movimento Gaúcho pela Cidadania, relatando dados referentes ao processo de
venda da Companhia Riograndense de Telecomunicações, CRT, e tecendo
considerações acerca da forma como este processo vem sendo encaminhado pelo
Governo Estadual. Após, o Vereador Gerson Almeida formulou Requerimento verbal,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a distribuição de cópias do pronunciamento
do Senhor José Jurandir Teixeira Leite aos Senhores Vereadores. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Gerson Almeida, ressaltando pronunciar-se em nome das
Bancadas do PT, PSB e PPS, reportou-se ao tema da Tribuna Popular, defendendo a
importância do controle público em setores essenciais para o desenvolvimento da
sociedade. Ainda, declarou estar ocorrendo um processo de controle da economia
mundial por grupos privados, apoiando os posicionamentos hoje aqui assumidos
pelo Senhor José Jurandir Teixeira Leite, referentes à venda da CRT. Às nove
horas e cinqüenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos. Às nove horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
comunicou que o Vereador Paulo Brum encontra-se em representação externa deste
Legislativo, no dia de hoje, participando do II Encontro Estadual da Frente
Riograndense de Parlamentares e Executivos Portadores de Deficiência, no
município de Novo Hamburgo. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças do
Senhor Ricardo Zamora, Secretário Substituto do Governo Municipal, do Senhor
Anairto Rabol Delatorri, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, da Senhora Elaine Paz, Assessora de Políticas Sociais
da Prefeitura Municipal, do Senhor Gerson Barrey, Analista de Sistemas da
Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre, PROCEMPA, e Coordenador da
apuração eletrônica da eleição para os Conselhos Tutelares de Porto Alegre. Em
continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Ricardo Zamora,
que procedeu à entrega de documentação referente ao resultado da eleição
realizada dia trinta e um de maio do corrente, para os Conselhos Tutelares de
Porto Alegre, relatando dados relativos a esta eleição. Às dez horas e um
minuto, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez
horas e dois minutos, constatada a existência de "quorum". Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib prestou sua homenagem ao Jornal do
Comércio, pelo transcurso dos seus sessenta e cinco anos de circulação.
Procedeu à leitura do artigo intitulado "Os dez mandamentos de uma
cidade", publicado hoje na página de Opinião do Jornal do Comércio,
discorrendo sobre os debates que vêm sendo realizados quanto ao II Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre e registrando
homenagens póstumas ontem realizadas ao ex-Prefeito José Loureiro da Silva. Em
prosseguimento, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento verbal
solicitando a ouvida da Procuradoria da Casa quanto à adequação do Projeto de
Lei do Executivo nº 17/98 à Lei Complementar nº 414, tendo a Vereadora Maria do
Rosário solicitado que tal Requerimento não acarrete efeito suspensivo. Na
oportunidade, o Senhor Presidente prestou informações acerca dos prazos
referentes ao Projeto de Lei do Executivo nº 17/98, ressaltando deferir o
Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, sem efeito suspensivo na tramitação
do Projeto em questão. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve o
Projeto de Lei do Executivo nº 17/98, discutido pelos Vereadores João Dib,
Adeli Sell, Cláudio Sebenelo e Antonio Hohlfeldt. Na ocasião, através de
Questões de Ordem, os Vereadores Renato Guimarães e Antonio Hohlfeldt manifestaram-se
acerca do pronunciamento do Vereador Cláudio Sebenelo, em Pauta Especial.
Também, foram apregoadas as Emendas de nºs 01 a 05, de autoria do Vereador João
Dib, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 17/98 (Processo nº 1798/98), e
foi apregoado Requerimento do Vereador Nereu D'Ávila, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Mário Fraga, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Constituição e Justiça e lendo Ofício do Vereador Pedro
Ruas, Vice-Líder do PDT, comunicando a impossibilidade dos Suplentes João Bosco
Vaz e Milton Zuanazzi assumirem a vereança em substituição ao Vereador Nereu
D'Ávila. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado
Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos. Na ocasião, os Vereadores José Valdir, Antonio Hohlfeldt e Gerson
Almeida manifestaram-se acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt reportou-se a pronunciamento
efetuado dia três de junho do corrente, acerca de decisão da Secretaria
Municipal de Obras e Viação - SMOV, de reduzir seu horário de atendimento e
restringir o público alvo deste atendimento, comentando declarações à imprensa
do titular da SMOV, relativas ao assunto. O Vereador Carlos Garcia comentou a
implantação, no final do ano passado, do Projeto "Bolsas Olímpicas",
através do qual o Governo Estadual concede auxílio financeiro para atletas gaúchos,
registrando atrasos verificados no pagamento de quotas desses auxílios. O
Vereador Lauro Hagemann analisou artigo publicado no Jornal Zero Hora de hoje,
intitulado "Ironia pouca é bobagem", segundo o qual o Brasil estaria
entre os maiores importadores de alimentos do mundo, atentando para as
implicações verificadas nesta informação e declarando que o País "perdeu o
controle sobre sua produção agrícola". O Vereador Mário Fraga
pronunciou-se acerca das eleições para os Conselhos Tutelares de Porto Alegre,
ocorridas dia trinta e um de maio do corrente, defendendo que futuramente seja
alterada a forma como são realizadas essas eleições. Também, solicitou maior
atenção por parte da Secretaria Municipal do Meio Ambiente com referência à
manutenção da Praça João Lessa, localizada no Bairro Belém Novo. A Vereadora
Clênia Maranhão, registrando o transcurso, hoje, do Dia Mundial de Luta pelo
Meio Ambiente, comentou benefícios resultantes da implantação do Projeto
Pró-Guaíba no Estado. Também, relatou pesquisa da Fundação Zoobotânica, que
objetiva traçar um perfil dos brasileiros no referente à questão ambiental. A
seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO
DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador José Valdir, solicitando
alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Também, o Senhor
Presidente registrou que o Vereador Henrique Fontana encontra-se em
representação externa deste Legislativo, hoje, participando da inauguração do
Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital São Lucas da Pontifícia
Universidade Católica. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 17/98, após ser discutido pelos Vereadores Elói
Guimarães, Mário Fraga, Reginaldo Pujol, Anamaria Negroni, Isaac Ainhorn, José
Valdir e Luiz Braz, tendo os Vereadores João Dib e Décio Schauren cedido seus
tempos de discussão para o Vereador José Valdir. Em Discussão Geral e Votação
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 08/98. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou que o Vereador Clovis Ilgenfritz teria de ausentar-se da
presente Sessão para, em representação externa deste Legislativo, participar de
Reunião - Almoço do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. Em Discussão
Geral, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96; em
3ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/98. Em Discussão Geral e
Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 60/94, que deixou de ser
apreciado face à inexistência de "quorum". Às doze horas e quarenta e
cinco minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz,
Juarez Pinheiro e Reginaldo Pujol e secretariados pelos Vereadores Juarez
Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Com muita satisfação, constatamos a
presença das lideranças do SINTTEL/RS. O Presidente do SINTTEL/RS, o Sr. José
Jurandir Teixeira Leite utilizará tempo de Tribuna Popular no dia de hoje,
conforme artigo 100 da Lei Orgânica do Município.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que façamos
um minuto de silêncio em homenagem ao passamento de um jovem gaúcho, Luiz
Roberto Ruga, filho do empresário Humberto Ruga. Ele faleceu no exterior, seu
corpo chegou ontem, e hoje a sociedade gaúcha lamenta a perda desse jovem tão
promissor.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe o Requerimento do Ver.
Cláudio Sebenelo, mas precisamos esclarecer ao Plenário, e pedimos vênia ao
Vereador, uma vez que fizemos uma reunião de Mesa e Lideranças e foi combinado
que deveríamos diminuir essas homenagens. Foi dito que este Vereador, quando
presidia, aceitava. Eu quero dizer que aceitarei novamente, embora queira
deixar registrado que é em homenagem a uma pessoa que faleceu e é um pedido de
um Vereador. Eu não vejo razão para não fazer.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL
(Esclarecimento): Sr.
Presidente, eu acho que a Mesa não teria o direito de restringir as
manifestações desta Cidade, de pesar ou de euforia. Os Vereadores hão de ter o
comedimento de fazê-lo, mas, desde que um Vereador manifeste vontade, em função
de um pleito doloroso, do passamento de um ente querido, a Mesa não pode fazer
isso.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a sua manifestação, sempre
de bom senso, e que funciona como um conselho que deve ser aceito pelos Srs.
Vereadores.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Quero esclarecer que nunca fiz um.
O SR. PRESIDENTE: Graças a Deus, Vereador. Senhores
Vereadores, faleceu o jovem Luiz Roberto Ruga e pedimos a todos para que, em
pé, façamos um minuto de silêncio.
(É
observado um minuto de silêncio.)
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Peço atenção, para que se reconsidere,
porque, quando a Casa manifesta uma atitude de pesar ou de euforia, não é a Mesa
que pode decidir por 33 Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: O Plenário, em última instância, é sempre
quem deve resolver essas questões, no caso, é uma questão relevante.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Passamos à
Informamos
que, conforme circular que foi entregue nos gabinetes, encontra-se presente o
Sr. Ricardo Zamora, Secretário Municipal de Governo, e do Sr. Anairto
Delatorri, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
Após
a Tribuna Popular, teremos a satisfação de ouvi-los para anunciar o resultado
das eleições do Conselho.
Convidamos
para que sente à mesa, além dos convidados já mencionados, o Sr. José Jurandir
Teixeira Leite, Presidente do SINTTEL.
Anuncio
a presença dos Diretores Sr. Sérgio Prado, Sr. Antônio Carlos Amaral, Sra.
Marli Ritter, Sr. Ademir Motta e Sr. Itamar Russo.
Temos
a presença aqui também do ex-Vereador Milton Zuanazzi.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): De acordo com o art. 100 da Lei Orgânica
do Município, a entidade que vai ocupar a tribuna hoje é o Sindicato dos
Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas
no Estado, a SINTTEL, do Rio Grande do Sul. O assunto é o Movimento Gaúcho pela
Cidadania.
Está
com a palavra o Sr. José Jurandir Teixeira Leite, Presidente da entidade.
O SR. JOSÉ JURANDIR TEIXEIRA LEITE: Senhor Presidente, Ver. Luiz Braz; Ver.
Juarez Pinheiro, demais Vereadores presentes, companheiros e companheiras.
Estamos ocupando, nesta sexta-feira, dia cinco de junho de 1998, mais uma vez,
esta tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Não
é a primeira nem a última vez que a SINTTEL vem a este poder instituído do
nosso Município para trazer aqui não só as nossas reivindicações como
trabalhadores em telecomunicações, mas em nome do povo gaúcho, organizado no
Movimento Gaúcho pela Cidadania. Estamos mais uma vez ocupando esta tribuna
para trazer, não apenas reivindicações dos trabalhadores corporativos ou de um
segmento da sociedade, estamos aqui para trazer subsídios a este Legislativo
para que possa ter em suas mãos material suficiente para poder tomar algumas
decisões e poder se manifestar de uma maneira mais completa com a realidade do
nosso Estado.
Os
últimos acontecimentos a respeito desse processo de venda total da CRT, infelizmente
para o povo do Rio Grande do Sul, está maculando o nosso povo. Na vida, tudo o
que a gente inicia mal termina mal. Esse processo de venda da CRT começou com
uma carta entregue na casa de cada trabalhador, em 1994, nas vésperas do
segundo turno das eleições de 1994. Nessa carta, o Sr. Governador dizia que não
venderia a CRT e que, na pior hipótese, ele manteria os 51% da CRT, que era o
projeto dos trabalhadores em telecomunicações. Nunca fomos a favor da
manutenção do monopólio que existia neste País, que também era nocivo para a
sociedade e para a comunidade; queríamos uma empresa pública de capital aberto
sob o controle da sociedade. Foi isso que propusemos e foi isso que impulsionou
a CRT, no ano de 94, como a primeira empresa deste País nas atividades
públicas, ganhando o prêmio da revista “Exame”. Depois disso esse processo
tomou um novo rumo. O Governador do Estado, a partir daquela mentira feita a
nós trabalhadores e ao povo, também envolveu nesta trama o Legislativo gaúcho
que, por um acordo de sustentação ao governo, também acompanhou o Governador
nesse processo que não é honesto. Neste momento estão tentando envolver a
sociedade e outros poderes instituídos neste Estado, como o Judiciário. Não
estão conseguindo. O processo está suspenso, mas insistem em mantê-lo e vão
levando de roldão a sociedade como um todo. Estamo-nos interpondo neste
processo, mostrando para o Governo do Estado que existe uma Constituição cujos
artigos não permitem a venda total da CRT para o capital privado e, tampouco, a
formação de monopólio. Então, o desrespeito para com a Constituição, o
desrespeito à lei, neste Estado, está instituído a partir do Governo do Estado
e do Legislativo Estadual. Pelo respeito que temos a este Legislativo
Municipal, que sempre tomou atitudes independentes dos governos deste Município
ao longo dos anos - este Poder aqui sempre foi autônomo, nunca se submeteu - e
é por isso que viemos aqui, nesta sexta-feira, dia cinco de junho, trazer esta
denúncia, mas não só esta denúncia; também queremos nos congratular com V.
Exas., Vereadores de Porto Alegre, já que muitos, aqui, estão há várias
legislaturas dentro desta Instituição, que representa o nosso povo com muita
galhardia, com muita ética e com muita propriedade.
Então,
neste dia, estamos trazendo a denúncia concreta de que a Constituição do Rio
Grande do Sul não está sendo respeitada pelo Governo do Estado e não está sendo
cumprida pelo Legislativo Estadual, que tem dois pesos e duas medidas. Para o
Governo ao qual dá sustentação, vota as questões em convocações
extraordinárias. As matérias que autorizaram a venda da CRT entraram na
sexta-feira e, em quatro dias, estavam sendo votadas pelo Legislativo. Isso foi
denunciado pelos próprios deputados de sustentação ao Governo, que sequer
haviam lido o que havia sido encaminhado pelo Executivo. Agora, novamente,
encaminhamos 58.700 assinaturas para uma emenda de iniciativa popular, que é
objeto também da Legislação e da Constituição. O abaixo-assinado entrou no dia
três de dezembro de 1997, faz mais de seis meses que está na Assembléia
Legislativa e sequer teve tramitação. Quando o Governo do Estado encaminha uma
lei para vender a CRT, em quatro dias ela é votada, enquanto que o povo, com 58
mil assinaturas, não é respeitado pelo Legislativo Estadual gaúcho, que senta
em cima da emenda popular que o povo está pedindo. Por que estamos pedindo que
haja uma interferência? Não uma interferência autoritária do povo e de outros
Legislativos dos Municípios sobre o Legislativo do Estado, mas que haja uma
manifestação para que se faça a tramitação dessa emenda popular. Porque estamos
com as 560 mil assinaturas - que representam 10% do colégio eleitoral que votou
em 94 - na mão, para entregar a esse Governo, para entregar a esse Legislativo
e fazer cumprir a Constituição do Estado.
Então,
quando um governo, quando um legislativo desrespeita as próprias leis que cria,
para nós representa muita coisa. Começa-se, neste Estado, a se instituir que a
lei não tem mais valor. É um Estado sem lei. É isso que se está instituindo no
Rio Grande do Sul.
Promovemos
um Encontro Internacional para o qual tivemos a preocupação de trazer
sindicalistas de todo o mundo, da Europa e de toda a América Latina, para ver a
realidade do que estava acontecendo com essas empresas internacionais, que têm
por trás de si grandes conglomerados financeiros - todas elas têm um grande
banco por trás de si. A Telefônica de España tem o Banco Bilbao Viscaya, o
diretor da CRT era diretor do banco lá na Telefônica de España, e as outras
telefônicas, todas, têm um grande banco por trás de si. E aqui está a prova,
que distribuímos a V. Exas. Quando dissemos, na Assembléia Legislativa e aqui
nesta Casa, que o povo iria pagar pelo que o Executivo estava fazendo, está aí
a Argentina para provar. No dia oito de maio, agora, numa economia globalizada,
em deflação, foi aplicado um “tarifaço”. O segundo “tarifaço” sobre o povo
argentino - com uma economia em deflação -: 60% de reajuste nas tarifas
telefônicas, e aquelas 90 ligações a que se tem direito ao pagar a mensalidade
mínima foram tiradas dos argentinos. O povo argentino está-se levantando.
Concluindo,
a esta instituição, Câmara de Vereadores de Porto Alegre, quero deixar um
último recado: defendam o nosso povo. Não defendam os telefônicos; defendam o
usuário! Não deixem o usuário à mercê e vítima da exploração do capital
internacional, como estão os argentinos, peruanos, chilenos, mexicanos e
colombianos, hoje. Ajudem-nos para que não sejamos mais uma colônia do primeiro
mundo, como está sendo remetido o nosso País por esses governos, que pegaram o
patrimônio público como se fossem o filho de um grande empresário que pega a
fortuna do pai e, por incapacidade de administrá-la, joga tudo fora, e termina
por vender a sua própria família.
Defendam,
não os telefônicos, mas o povo e a comunidade da usurpação do capital
internacional, que é apenas especulativo e não se preocupa com o social e nem
com a sociedade brasileira. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Exa. que
seja distribuída a todos os Vereadores cópia do pronunciamento feito pelo Sr.
Jurandir, Presidente do Sindicato dos Telefônicos.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere o Requerim ento de V. Exa.
e solicita à Diretoria Legislativa que distribua cópia do pronunciamento do Sr.
Jurandir a todos os Senhores Vereadores.
O
Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não
poderíamos, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dos treze
Vereadores do PT, deixar de usar a tribuna para tratar de um assunto tão
importante quanto esse. Não há possibilidade alguma de ocorrer um
desenvolvimento econômico, socialmente justo, sem que setores estratégicos e fundamentais
para o desenvolvimento de qualquer ramo da atividade econômica seja mantido sob
controle público. Falo, também, em nome do Partido Socialista Brasileiro, a
pedido do Ver. Carlos Garcia, e do Partido Popular Socialista, a pedido do Ver.
Lauro Hagemann. Se é verdade que setores fundamentais para o desenvolvimento
social e econômico devam permanecer sob o controle público, o que devemos
discutir não é se temos que ter monopólio no setor de telecomunicações ou não,
porque isso tecnicamente já está resolvido no mundo inteiro. Esse é o tipo de
setor que é um monopólio natural, devido à natureza da atividade e ao conjunto
de maciços investimentos de que necessita, tanto assim que se criaram apenas
duas bandas para explorar o serviço de telefonia celular. Há a Banda “A”, que
tão-somente uma empresa explora, e a Banda “B”, que tão-somente uma outra
empresa explora. As grandes corporações internacionais dividiram o mundo num
novo Tratado de Tordesilhas, aquele que fez com que, na Idade Média, Espanha e
Portugal dividisse o mundo em dois grandes blocos e se determinassem como donos
dele. Pois agora, no limiar do século, mais um Tratado de Tordesilhas é feito,
grandes corporações associadas no setor de telecomunicações estão claramente
dividindo o planeta entre si e a tão falada concorrência, com isso, fica
completamente perdida. E no entanto, mesmo na pátria da concorrência, do
liberalismo, nós estamos vendo o Sr. Bill Gates, com a maior fortuna atual do
planeta, sendo controlado para que o seu poder não seja maior do que o da
sociedade, maior do que o do estado. Nós, que importamos o lixo econômico,
cultural e ideológico que vem de determinados segmentos, não conseguimos
controlar sequer os megaempresários do setor de comunicação que querem
monopolizar rádio, jornal e, agora, a transmissão de dados via satélite ou via
linha de dados. Esse é um verdadeiro absurdo, um controle que lembra o George
Orwell, na sua obra “Revolução dos Bichos”: um controle sobre o conjunto de
pensamentos e sobre a forma de se manifestar.
Muitas
coisas podem ser ditas, todas elas em apoio ao que disse o Presidente de
Sindicato, companheiro Jurandir Leite, com quem já enfrentamos muitas lutas e
muitas outras faremos. Agora, esta Câmara de Vereadores já aprovou várias
moções de solidariedade, várias manifestações de apoio ao controle público
sobre as empresas de telecomunicações, tão importantes. Mas a verdade é a
seguinte: esse clamor das ruas, essa vontade popular não é ouvida no Palácio
Piratini e nem no Palácio do Planalto, porque a vontade da população passa ao
largo dos governantes de hoje. Essa é a grande discussão, o grande debate
nacional que nós temos que fazer, porque quando se chega ao cúmulo de assinar e
enviar uma carta para todos os trabalhadores em telecomunicações, para todos os
empregados da CEEE, da CORSAN, dizendo que é mentira, que é boato aquilo que a
Frente Popular dizia há quatro anos, aquilo que o Sindicato dizia há quatro
anos, aquilo que o Movimento Popular dizia há quatro anos, que esse Governo
queria dominar e entregar a CRT, a CEEE e a CORSAN para a iniciativa privada,
para dois ou três grupos econômicos, e depois, se faz exatamente isso. A
dignidade, a seriedade, a ética na política estão completamente destruídas, e
cabe a nós, povo gaúcho e forças democráticas e populares, restabelecermos
isso. Está em nossas mãos fazê-lo ou não. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença do Sr. José
Jurandir Teixeira Leite, Presidente da SINTTEL/RS, e também dos Srs. Sérgio Prado, Antônio Carlos Amaral, Marli
Ritter, Ademir Motta e Itamar Russo. Que nós possamos, sempre, dentro das
nossas visões, continuar lutando por uma melhor sociedade.
O
Ver. Paulo Brum está participando do II Encontro Estadual da Frente
Rio-grandense de Parlamentares e Executivos Portadores de Deficiência, no
Município de Novo Hamburgo. O Vereador estará em representação desta Casa, sem
ônus para a a mesma.
Queremos
agradecer a presença do Presidente do Conselho Municipal da Criança e do
Adolescente, Anairto Rabol Delatorri; do Ricardo Zamora, Secretário Substituto
do Governo Municipal; da Sra. Elaine Paz, Assessora de Políticas Sociais da
Prefeitura; do Gerson Barrey, Analista de Sistemas da PROCEMPA e Coordenador da
apuração eletrônica da eleição que tivemos para os Conselhos Tutelares, no
último final de semana.
O
Ricardo Zamora está com a palavra para explicar a presença desta delegação aqui
na Câmara de Vereadores.
O SR. RICARDO ZAMORA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é uma
enorme satisfação trazer o resultado final das eleições para os Conselhos
Tutelares que ocorreu no domingo passado, cuja apuração foi na segunda, terça e
quarta-feira. Eu entreguei à Diretoria Legislativa as pastas com os resultados
finais. Não apenas os resultados gerais mas, também, os resultados desdobrados
por microrregião e a votação de cada candidato por microrregião.
A
nossa presença, aqui, decorre, não apenas da nossa obrigação legal de prestar
contas ao Poder Legislativo, mas também do entendimento de que, efetivamente, a
Câmara de Vereadores teve nesse processo um papel de parceria com o Poder
Executivo, com o Conselho Municipal e com o Fórum de Entidades. A Lei que
determinou a realização dessas eleições, foi apreciada por esta Casa no final
do ano passado, atendendo a uma mensagem remetida pelo Prefeito Municipal.
Houve um intenso debate na Câmara de Vereadores sobre essa matéria; eu,
pessoalmente, fui chamado duas vezes na Comissão de Educação para discutir.
Como os Senhores sabem nós introduzimos, nesta eleição, o mecanismo da prova de
conhecimentos sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, de modo que o papel
da Câmara foi um papel destacado.
Nós
vamos deixar ao Presidente os resultados finais, estamos à disposição dos Srs.
Vereadores para qualquer esclarecimento com relação a estas eleições. No
entendimento do Governo Municipal, do Conselho e da Comissão Eleitoral foram
eleições bem-sucedidas, que se realizaram num clima de tranqüilidade, de debate
democrático, não houve nenhum incidente grave, de modo que entendemos que foi
uma vitória para a Cidade esse processo. Foi um processo efetivamente
qualificado: a ampliação das exigências para as candidaturas dos Conselhos
Tutelares, que foram providenciadas pela Lei Municipal, efetivamente
significaram um processo, no nosso entendimento, de extrema qualificação da
escolha desses conselheiros. Então era isso.
Eu
agradeço a acolhida da Câmara de Vereadores. Em nome do Governo Municipal nós
vimos trazer os resultados oficiais e estamos à disposição dos Srs. Vereadores
para qualquer esclarecimento que se faça necessário relativo ao pleito.
Esclareço, ao final, que nós vamos publicar o resultado oficial da eleição na
segunda-feira, no saguão do Paço Municipal, onde além dos resultados finais já
totalizados e dessas informações que os Senhores estão aí recebendo, nós vamos
também publicar a cópia autenticada de todos os boletins de urnas para que
todos os candidatos que tenham alguma dúvida com relação a sua votação por urna
tenham a oportunidade de verificar. Então é isso, qualquer coisa estamos à
disposição.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença do
Ricardo, do Anairto e de todos aqueles que vieram até aqui para fazer esta
entrega oficial do resultado das eleições ao Poder Legislativo. Suspendemos os
trabalhos por um minuto para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 10h01min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h02min): O Ver. João Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
quarta-feira, eu lembrava nesta tribuna os trinta e quatro anos do falecimento
daquele que foi o grande prefeito de Porto Alegre, o Prefeito do século, Sr.
José Loureiro da Silva. Hoje, eu quero saudar os sessenta e cinco anos do
“Jornal do Comércio”.
Aos
dois, Loureiro da Silva e “Jornal do Comércio”, eu devo bastante. Com José
Loureiro da Silva, aprendi que política é boa administração, e o “Jornal do
Comércio”, quando se chamava “Consultor do Comércio” me proporcionou através do
seu Diretor-Presidente, Dr. Genor Cardoso Jarros, oportunidade para que eu
pudesse estudar com muito mais facilidade o que eu vinha fazendo no meu
primeiro ano aqui em Porto Alegre. Então a minha homenagem ao “Jornal do
Comércio”, ao seu fundador e ao seus atuais diretores, Sra. Zaida Jarros e Dr.
Delmar Jarros.
Mas
a homenagem que quero fazer ao “Jornal do Comércio” é lendo o Editorial, que
acho extremamente importante e que foi veiculado no jornal de ontem: (Lê.)
“Os
dez mandamentos de uma Cidade
Se
fosse possível, todas as cidades brasileiras, especialmente as médias e
pequenas, deveriam ter um decálogo, espécie de dez mandamentos, fundamentais a
que progredissem sem maiores problemas. Ou, pelo menos, sem tantos problemas
como os enfrentados pelas metrópoles e, mais ainda, as megalópoles, entre as
quais Porto Alegre, burrramente, avança a olhos vistos. Seriam, sem ordem de
importância: 1) Jamais permitir a construção de edifícios com mais de 10
andares, por motivos de claridade, concentração habitacional e segurança, em
caso de incêndio; 2) Planejar loteamentos, nos quais haveria, como em Brasília,
um setor comercial; 3) Ter seu Plano Diretor e respeitá-lo; 4) Evitar a
proliferação de camelôs e ambulantes; 5) Projetar Corredores de ônibus; 6)
Implantar sistema de abastecimento de água e tratamento de esgotos, inclusive
com lagoas de oxidação, prevendo a expansão urbana; 7) Reservar, sempre e cada
vez mais, áreas verdes e promover arborização ampla; 8) Lembrar-se de que os
automóveis serão em maior número, anualmente; 9) Promover a Coleta Seletiva de
Lixo Domiciliar e construir usinas de incineração; 10) Pensar e repensar,
sempre, o Transporte Coletivo.
Obedecido
este decálogo, todos viveriam melhor. Porto Alegre, por exemplo, não teria
metade das suas angustiantes mazelas, para as quais estão restando, a cada dia
que passa, menos alternativas. Quando mais não seja, pelos preços exorbitantes
de novas obras, caso da III Perimetral que, se continuasse sendo implantada por
etapas, como feito nos anos 80, hoje poderia estar quase pronta a um custo
menor, com recursos do próprio Orçamento Municipal. No caso dos altos
edifícios, ainda está em tempo, embora a Prefeitura, visando conseguir verbas
importantes, venda os índices construtivos, o que eleva o número de andares
permitidos. No entanto, temos sim uma boa qualidade de vida, com certeza,
comparando com outras capitais. Por exemplo, o superempreendimento comercial a
ser construído no Cristal dará condições de vida digna a mais de 2.500 pessoas,
que serão removidas do local, onde habitam precariamente, para casas de 47 metros
quadrados. Pois a Câmara Municipal está organizada, por suas comissões, para
iniciar o grande debate dos Vereadores sobre o II Plano de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental. Por coincidência, ontem, dia três de junho, foi lembrado,
por somente meia dúzia de antigos colaboradores e amigos, o 34º aniversário da
morte do grande Prefeito José Loureiro da Silva. Coube a Loureiro ser o
inspirador das perimetrais e homem que deixou marcas indeléveis na Porto Alegre
que tanto amou, como as Avenidas: Farrapos, Salgado Filho, André da Rocha e
Jerônimo de Ornellas. Vamo-nos inspirar no seu exemplo austero, audácia e visão
de futuro para dotar a Capital do que há de mais moderno para que,
verdadeiramente, gozemos de uma ótima qualidade de vida. O porvir está nas mãos
dos atuais legisladores e do Executivo Municipal. Nossos netos não perdoarão
que, egoisticamente, deixemos de lembrá-los ao projetar a Cidade em que eles,
não nós, viverão.”
E
assim eu encerro, Sr. Presidente, homenageando Loureiro da Silva e, também, o “Jornal
do Comércio”. Loureiro da Silva que pensou no Plano Diretor que tem 84 anos de
história nesta Cidade e que temos a responsabilidade de fazer, deste Projeto,
um bom Projeto para toda Cidade. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, nós temos previsto para
hoje a Pauta Especial com o Projeto de Lei que dispõe sobre diretrizes
orçamentárias. Ocorre, Sr. Presidente, que esta Casa aprovou e foi homologado
por V. Exa. a Lei Complementar nº 414 que estatui normas para a elaboração do
controle dos planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e
balanço da administração direta e indireta do Município. Essa Lei sofreu Veto
do Município, nós derrubamos esse Veto nesta Casa e essa Lei foi homologada por
V. Exa.
Ainda
agora, pela manhã, procurava informação e foi-me dito que, em nenhum momento
até aqui, a Câmara tomou conhecimento que ela esteja sendo contestada
juridicamente. No entanto, o Projeto de Lei enviado à Casa não está adaptado aos
quesitos da Lei Complementar nº 414.
Gostaria, então, de requer
a V. Exa. que se eliminasse a Pauta Especial do dia de hoje e que se retornasse
o Projeto à Procuradoria para um parecer específico sobre a sua adaptação à Lei
Complementar nº 414. E, no caso de estar, efetivamente, comprovada de que ela
não esta adaptada, que a Mesa devolvesse ao Executivo para corretas adaptações.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento):
Sr. Presidente,
avaliamos e não existe qualquer razão para que se elimine a Pauta Especial e o
Projeto de Lei do Executivo que dispõe sobre diretrizes orçamentárias. O Ver.
Antonio Hohlfeldt tem direito de requerer as questões que o faz e nós
analisaremos conjuntamente. No entanto, não há nenhum motivo para que a Pauta
não siga o seu caminho, porque, do contrário, poderemos ter prejuízos maiores
nos prazos que temos na votação da matéria.
Solicito
a V. Exa. que, mesmo consultando a Procuradoria, mantivéssemos a Pauta Especial
no sentido de caminharmos no procedimento. E que não tenha, portanto, efeito
suspensivo da Pauta, que é o que o Ver. Antonio
Hohlfeldt está requerendo.
O SR. PRESIDENTE: Devo informar os Srs. Vereadores que esta
Presidência tem algumas obrigações a serem cumpridas e não pode, de forma
alguma, delas se afastar. Uma obrigação que temos é com os prazos dos processos
de acordo com a nossa Lei Orgânica do Município.
As razões alegadas pelo
Ver. Antonio Hohlfeldt, na verdade, podem ser discutidas ainda no decorrer do
processo. Eu pediria que os Srs. Vereadores entendessem a posição desta
Presidência, pois vamos colocar o processo para correr Pauta e, na Comissão de
Finanças e Orçamento, que é o fórum adequado, pode haver todas as discussões
necessárias a fim de que as falhas do processo possam ser corrigidas.
O
Ver. Nereu D’Ávila solicita licença para tratamento de saúde no dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Nereu D’Ávila, e dada posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
Vamos
dar início à Pauta Especial, cada Vereador tem direito a 15 min.
PAUTA ESPECIAL
1ª SESSÃO
PROC.
1798/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/98, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 1999 e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Tenho
sempre dito que chega de leis, esta Casa faz muitas leis. É tão difícil acertar
a quantidade de leis que esta Casa tem produzido, que o Ver. Hélio Corbellini
propôs uma consolidação das leis. Está extremamente difícil uma análise feita
para que se venha a fazer essa consolidação.
Apesar
de que, quando Prefeito, eu instituí na Prefeitura o SIREL, um órgão para
acompanhar a movimentação das leis desta Cidade e que, agora, está relegado a
um segundo plano, para tristeza minha, vim a saber agora, quando procurei me
informar da consolidação que propõe o Ver. Hélio Corbellini.
Como
sempre, o grande momento do Vereador é a discussão da Lei de Diretrizes
Orçamentárias e depois o Orçamento e, neste ano, também o Plano Diretor. Estes
são os momentos em que o Vereador deve dar o melhor de si para que a Cidade
venha a se beneficiar.
O
Município repete, pura e simplesmente, de um ano para outro, o seu Projeto de
Lei. Então, diz aqui no art. 7º: nos orçamentos da administração direta e
indireta constarão as seguintes autorizações: abertura de crédito suplementares
como segue.
-
até o limite de 10% o total de despesa autorizada. Ele já coloca aqui até 10%
da despesa autorizada porque sabe que vai ser emendada por alguém, dizendo que
é até 5%, e ele já fica satisfeito com os 5 % mesmo.
Para
atender reajuste de pessoal e encargos sociais. Isso é indispensável e não há o
que discutir.
A
conta de reserva de contingência. Isso eu tenho as minhas dúvidas mas, em todo
o caso, dá para discutir.
E
para atender despesa relativa à aplicação de receitas vinculadas, também não
tem o que discutir.
Agora,
este primeiro item até o limite de 10% da despesa autorizada, este eu estou
emendando, estou fazendo uma Emenda supressiva. Nada de 10%, nada de 5%, como
era utilizado por emenda. Se justificavam, quando nós tínhamos uma inflação de
1.500% ao ano, de 2% ao dia; mas 5% de uma inflação de 5% não está certo. E
depois o Executivo não merece a minha confiança de Vereador fiscal. Eu
colocava, alguns dias atrás, desta tribuna, que somente no exercício passado o
Executivo suplementou, com recursos
inexistentes, porque ele dizia
“à conta de excesso de arrecadação”, R$
59.340.112,01. E não aconteceu o excesso de arrecadação informado pelo
Executivo na forma da Lei 4.320.
Então,
se o Executivo fez isso uma vez, deve continuar fazendo. Por isso, não merece a
minha confiança. Senão, o meu trabalho de fiscal fica muito dificultado. Eu
tenho certeza de que o Ver. Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento,
Adeli Sell, vai examinar, com muito cuidado, essa Emenda. E não se deve dar ao
Executivo a possibilidade de suplementar sem que esta Casa o faça por lei.
Não estou aqui
trazendo um número aleatório.
Isso aconteceu: R$ 59.340.112,01 foram suplementados sem que houvesse
amparo para que isso ocorresse. Não houve o excesso de arrecadação previsto
pelo Executivo Municipal. Isso está no balanço entregue a esta Casa no dia 15
de abril. Por isso, eu peço sempre que os relatórios venham até nós, da forma
como é previsto na Lei Orgânica.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt já falou, aqui, numa dificuldade com respeito à Lei. Eu
não vou citar mais nenhuma. Esta é uma primeira emenda, mas eu tenho outras
emendas que serão discutidas oportunamente. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta
Pauta Especial temos a oportunidade de discutir a LDO - a Lei de Diretrizes
Orçamentárias do Município de Porto Alegre. Para iniciar o debate sobre o
Projeto em si, cabe, antes de mais nada, ressaltar o processo pelo qual se
chega à LDO, no Município de Porto Alegre. Nós aprovamos uma Lei, aqui, de autoria
do Ver. Antonio Hohlfeldt, que fez, há minutos, uma série de questionamentos, e
queremos dizer ao Vereador que na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento
desta Câmara, nós abriremos todas as possibilidades que V. Exa. quiser, e que
todos os Vereadores da Casa queiram, para fazer um debate pormenorizado e
exaustivo sobre a questão, inclusive todos os pontos levantados pelo Ver.
Antonio Hohlfeldt no seu Projeto de Lei. Portanto, fica aqui o convite da
Presidência, e tenho certeza de que não haverá objeção dos meus nobres
companheiros da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento para fazer esse
debate exaustivo. Está aberto, podemos pautar sem nenhum problema, e acho que
isso só vem ajudar a discutirmos e aprovarmos a melhor LDO.
Também
quero ressaltar que a Administração Pública de Porto Alegre, nesses anos de
administração do Partido dos Trabalhadores, vem organizando e implementando
aquilo que nós denominamos de Orçamento Participativo. Nas reuniões
preliminares das cinco temáticas, nas reuniões preliminares das dezesseis
regiões de Porto Alegre, nós alcançamos um número em torno de vinte mil
participantes na primeira rodada, na qual a Administração Pública apresenta as
obras realizadas, os problemas encontrados e aponta as diretrizes pelas quais
gostaria de pautar o debate do Orçamento. De forma livre, as pessoas que
participam desse debate, apresentam as suas posições e, depois, há uma segunda
rodada, que neste momento está ocorrendo no Município de Porto Alegre, e que
hoje é uma referência não apenas para nós da Capital, para muitos municípios. E
já se fala também em Orçamento Participativo no Estado, evidentemente,
guardando diferenças de concepções com outras administrações sobre os
procedimentos. Nós discutimos este ano em torno de 20% da aplicação das verbas
públicas através do Orçamento Participativo. Então quero deixar essas questões,
antes de mais nada, consignadas. Na nossa LDO, cabe aqui registar que neste ano
nós estamos também no seu art. 3º, reafirmando que na elaboração dos projetos
de leis orçamentárias, na fixação do seus programas, projetos, objetivos e
metas, buscar-se-á a participação de toda a sociedade civil - organizada ou não
- como já foi feito no Orçamento Participativo. E sem dúvida nenhuma, de
qualquer das proposição que aqui venham a ser levantadas nós as encaminharemos
ao Executivo Municipal.
Também
quero dizer que nós acreditamos, sem dúvida nenhuma, na correção da
Administração Popular de Porto Alegre, Ver. João Dib, mas isso não nos exime,
como não exime V. Exa. e não exime qualquer um dos 33 Vereadores de fiscalizar,
porque uma das funções dos Vereadores, tanto da situação como da oposição, é de
fiscalizar o Poder Público Municipal. Então eu creio que nesse particular não
temos divergências, porque essa é uma das funções primeiras de um legislador
municipal.
Na
elaboração do Projeto de Lei Orçamentária da Administração Direta, as despesas
do Legislativo aqui está registrado no patamar de 3,5%, no plurianual nós
tínhamos colocado até 4 %. E, como sempre, estamos abertos a discutir esse
número. Quero ressaltar que no seu art. 15, diz o seguinte: (Lê.) “São
considerados objetivos da Administração Municipal o desenvolvimento de
programas, visando utilizar a imagem pública do servidor municipal,
reconhecendo a função social do seu trabalho, motivando permanente a busca da
total qualidade do serviço público”. Quero me demorar um pouco nesta questão,
porque nós temos uma Comissão Especial aqui na Casa que será instalada nos
próximos dias, a pedido do Ver. João Dib. Nessa Comissão, eu creio que nós
possamos, através de um relatório minucioso, apresentar sugestões ao Poder
Público Municipal, para a melhoria da qualidade de serviços. Essa melhoria
significa, antes de mais nada, a garantia de um salário condizente. Nós já
queremos adiantar que o nosso propósito é manter a bimestralidade, ou seja, a
cada dois meses o servidor público de Porto Alegre receberá um pequeno aumento,
coisa que não vinha acontecendo com os funcionários públicos na esfera estadual
e federal. Nós queremos adiantar que haverá uma readequação dos valores do
vale-refeição. Mas nós não nos contentamos apenas com a questão salarial que
será longa e exaustivamente aqui debatida. Nós queremos também dar condições de
melhorias nas condições de trabalho, inclusive, por sugestão da nossa Comissão,
com uma conversa que tivemos com a AIAMU, sugerimos uma qualificação do serviço
de inspetoria e de fiscalização da própria Administração. Se depender da nossa
posição, vamos reafirmar que para uma melhor qualificação desses funcionários,
precisamos ter um aparelhamento técnico-profissional de informática, de
comunicação, mais adequados do que temos no dia de hoje. Com as verbas que
aprovamos aqui, no ano passado, teremos condições de cobrar, neste ano, as
primeiras qualificações do nosso serviço aqui na Capital, e o aprimoramento dos
serviços dos nossos funcionários municipais.
O Sr. João Dib: Vossa Excelência permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, em maio de 1995, o Prefeito,
fazendo retroagir uma liminar direta de Ação de Inconstitucionalidade, de uma
lei por ele proposta, tomou dos municipários 7,8% da sua reposição salarial.
Nós poderíamos começar com a devolução desses 7,8%, já que a liminar caiu e não
tem mais sentido. Se ele tomou esses 7,8% por uma liminar, e ela caiu, ele
deveria pagar, no mínimo, os 7,8%.
O SR. ADELI SELL: Ver. João Dib, V. Exa. sabe que liminar,
como diz o próprio termo, é algo imediato, mas o senhor também sabe que
continua a disputa judicial sobre a questão. Se não houver, e como no caso não
há concordância entre o Legislativo e o Executivo, cabe ao Judiciário - e
esperamos que ele seja ágil - resolver essa questão. Então, na nossa opinião,
fica com o Judiciário a resolução dessa questão.
Também
quero ressaltar que na questão da política tributária e tarifária, no ponto
três, assinalamos que a revisão da Legislação Tributária é de forma a instituir
maior justiça fiscal e permitir o atendimento das demandas da sociedade. Este é
um tema que discutimos num seminário na nossa Comissão de Economia, Finanças e
Orçamento, e estamos enviando hoje um relatório ao Secretário Municipal da
Fazenda sobre uma conversa que tivemos com um setor importante da nossa Cidade
que procura modificações na Legislação do ISSQN. Também será o tema de uma mesa-redonda
que faremos para rediscutir e readequar as alíquotas no nosso Município.
A
nossa LDO é clara - e eu concordo plenamente -, não haverá isenções, não haverá
incentivos fiscais nos moldes tradicionais. Haverá sim a abertura, como diz a
LDO, de uma rediscussão da tributação. E eu faço questão de dizer que nós vamos
discutir essa questão e readequar, se necessário, esses percentuais.
Concluindo,
quero reafirmar, aqui, o nosso propósito de discutir a LDO com a maior
transparência possível e reafirmo ao meu nobre colega Ver. Antonio Hohlfeldt
que no lugar, onde ela deve ser discutida, que é a Comissão de Economia
Finanças e Orçamento, as portas jamais se fecharão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está inscrita na
Pauta Especial. Desiste. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Pauta
Especial.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
gostaria de discutir dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a área da
Saúde. Peço à Bancada do PT que transmita ao Executivo Municipal o anseio da
população por uma política municipal da saúde. Essa política tem que se basear
no médico de família, médico comunitário, médico generalista. O Programa de
Saúde da Família, chamado de PSF, é composto de uma equipe: o médico
comunitário, o agente comunitário - não precisa ter formação, vai ser formado
por essa equipe - e um auxiliar de enfermagem. É simples, o custo é apenas de
mão-de-obra, com essa idéia pós-moderna de equipe de trabalho, lá na periferia
da Cidade, onde se mora, trabalha, onde se ama, onde se adoece, por um sentido
de proximidade, essa equipe, que tem sede num posto de saúde na periferia da
Cidade, abrange uma proteção a quatro mil pessoas. Essa equipe faz esse tipo de
trabalho dando ênfase à saúde e a sua promoção, dando ênfase à prevenção faz,
também, uma medicina curativa e resolve, aproximadamente, 90% dos problemas,
com programas inteligentes, com programas voltados para o aleitamento materno,
que neste País, durante décadas foi criminosamente trocado pelo leite em pó. E,
hoje, apenas pelo aleitamento materno a mortalidade infantil diminuiu bastante
neste Estado. O cuidado que se teve com essas crianças que necessitaram de
hospitalização e UTI, também contribuiu, mas a prevenção foi fundamental.
A
continuidade desse Programa de Saúde da Família é fundamental, porque se
tivermos uma cobertura para 300 mil pessoas, com equipes lá na ponta,
associadas a um ambulatório especializado e a um grande hospital, a um grande
sistema hospitalar, teremos formado, com isso, o que chamamos de um distrito de
saúde. Quatro distritos de saúde cobrem, integralmente, a Cidade de Porto
Alegre.
Sempre
cobrei isso do Partido dos Trabalhadores, não há uma política municipal de
saúde. Agora estamos com 28 equipes do Programa de Saúde da Família, muitas
vezes atendendo em caráter precário. Outro dia foi testemunha o Presidente da
Comissão de Saúde no Posto do Loteamento Wenceslau Fontoura, onde ao lado do
posto de saúde, pasmem os Senhores, tem uma latrina aberta. E como fazer saúde
em locais infectados?
Então,
para que se tenha saúde é fundamental que haja integração com o saneamento, com
a água potável, com uma série de pré-requisitos da área da saúde.
Saúde, então, é integração
de todos os setores da Prefeitura, de apoio, o que não ocorre pelas más
condições e pela inexistência, em dez anos de Administração do PT, de uma
política municipal de saúde.
O Sr. Renato Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) É interessante o seu pronunciamento, porque ele nega a existência
de um modelo, descrevendo o modelo existente. V. Exa. usa como exemplo o tão
citado Programa de Saúde da Família que, em Porto Alegre, a Prefeitura
Municipal já instituiu 29 postos de programa de saúde da família. V. Exa.
critica a inexistência de uma estrutura de mando na área da saúde, mas a 2ª
Conferência Municipal de Saúde constituiu uma plataforma de Distritos. V. Exa.
que, além de ser um Vereador é um técnico da área da saúde, deve ter
conhecimento, mas neste caso está cometendo um equívoco - mesmo tendo esse
conhecimento -, que em Porto Alegre, por exemplo, funcionam oito distritos de
saúde organizados com conselhos locais de saúde, etc. A estrutura de distritos
na Cidade está em funcionamento há mais de dois anos e aí V. Exa. coloca como
proposta que a Cidade deveria ter quatro distritos de saúde, quando Porto
Alegre já tem oito organizados e que funcionam. Se o seu pronunciamento tenta
fazer críticas à inexistência de um modelo, na realidade não seria a reprodução
do modelo existente? Porque existe na Cidade o Programa de Saúde e os
distritos. O que o senhor agrega, na realidade, é a intenção de que essas
coisas funcionem melhor, porque elas já existem.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Quando critico a falta de uma política
municipal de saúde, V. Exa. responde que há oito distritos em Porto Alegre e
chama isso de distritalização. Não. A distritalização implica que, se houver
oito distritos, deve haver oito grandes hospitais. Como só há quatro, que façam
em quatro grandes hospitais de Porto Alegre, porque o hospital faz parte do
distrito e isso está errado no sistema de saúde atual. Em dez anos ainda não
foi plasmado o sistema de saúde em Porto Alegre, pelo menos a teoria. Nos
primeiros quatro anos, houve um tipo de orientação, no segundo quatriênio houve
um outro tipo, totalmente diferente do primeiro, foi construído o Postão, como
o Rubem Berta, quando os postos e as pequenas equipes resolvem o problema.
Difundidas na intimidade do tecido social, funcionam mais e são mais resolutivas
do que construir um postão, demagogicamente, fazendo assim uma grande estrutura
de saúde que, lamentavelmente, não funciona.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.
Sebenelo, ouço com muita atenção o excelente pronunciamento de V. Exa. e
registro uma tristeza: não entendo como em uma Câmara Municipal, que possui
dois excelentes médicos, um deles não é o Presidente da Comissão de Saúde. De
qualquer forma, basta que se pergunte ao povo de Porto Alegre se ele está sendo
bem-atendido na área de saúde e teremos a resposta. Acho que acompanharia as
quatro regiões, que V. Exa. pretende dividir para o atendimento da família, um
laboratório farmacêutico, já que a Prefeitura tem tido dificuldades para
fornecer medicamentos até para os seus servidores. Na Lei de Diretrizes, no ano
passado, eu havia proposto, e foi aprovado por unanimidade, e nada fizeram até
agora. Mas acredito que estejam estudando esse assunto que seria uma
complementação muito boa.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Ver. João Dib, V. Exa. foi testemunha da
ênfase que dei ao Arroio Dilúvio e tudo continua igual, não houve nenhuma
providência. Denunciamos permanentemente os problemas viários de Porto Alegre e
até hoje nenhuma correspondência recebi. Pedi dez leitos para a maternidade do
Vila Nova, que é sustentado pela Prefeitura Municipal, para que as senhoras
grávidas da Zona Sul não tenham que ir para o Hospital Conceição, porque,
muitas vezes, pela distância, os partos ocorreram em viaturas. A resposta que tivemos
é que um dia debateremos o assunto. É o tal do permanente debate do orçamento
participativo.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Sebenelo, estou recebendo uma
Questão de Ordem do Ver. Renato Guimarães e vou suspender o tempo de Vossa
Excelência.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de
Ordem): Estamos
discutindo uma Pauta Especial, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Compreendemos a intenção do Ver. Sebenelo de abrir esse debate, mas o Vereador
está fugindo totalmente do assunto. Noventa por cento do que o Vereador falou
nada tem a ver com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência vai esclarecer o
assunto. Há um acordo na Casa, firmado pela Mesa com as Lideranças, de que só
em caso extraordinário se faça uma Questão de Ordem durante a intervenção do
orador. Enquanto Presidente, não posso fornecer Questão de Ordem, se
solicitada. Isto é um acordo e, acima de tudo, há um Regimento. Mas este é um
tema difícil, para quem está na Presidência dos trabalhos, de dirimir. Estamos
discutindo os projetos, o que se está prevendo no orçamento das diversas áreas
em que atua o Município ou não. O Vereador, regimentalmente, tinha o direito de
fazer a Questão de Ordem e, por óbvio, está tendo uma análise subjetiva de que
V. Exa. estaria fugindo do tema, que não é a posição de V. Exa. Fica muito
difícil para esta Mesa fazer um julgamento em relação a isso. É importante que
fique esclarecido que esse tempo não está sendo descontado. Não estou dizendo
que V. Exa. saiu do tema, Ver. Cláudio Sebenelo. É preciso que se tenha claro
que nesta Pauta Especial se discute a Lei de Diretrizes Orçamentárias, ou seja,
onde se entende que o Município deva fazer as inversões, em que quantidade e
com que qualidade. Chamo a atenção, porque, quando se discute a Pauta Especial de
um tema como este, muito subjetivo, o limite onde se está discutindo, o que é o
objeto da LDO e o que não é, é muito tênue. Para que este debate seja
frutífero, para que seja profundo e para que tenha qualidade, vai exigir, de
todos os Vereadores, compreensão. Passo a Presidência dos trabalhos ao Ver.
Luiz Braz.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. João Dib e Ver. Antonio Hohlfeldt,
eu vou pedir a V. Exas. que compreendam a posição que este Vereador-Presidente
toma neste instante. Eu não vou interromper, enquanto estiver presidindo, tempo
de nenhum dos oradores da Casa para fornecer Questão de Ordem ou Requerimento.
Eu peço que V. Exas., que já estão inscritas, que aguardem, pois vou devolver o
tempo ao orador e, logo após ele terminar, vou votar a ouvir V. Exa., Ver. João
Dib e V. Exa., Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Mas o tempo está interrompido, Sr.
Presidente V. Exa. está sendo discricionário com duas Lideranças.
O SR. PRESIDENTE: O tempo não está mais interrompido. Já
devolvi o tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Às vezes, as pessoas conseguem enxergar o
argueiro no olho do vizinho e não enxergam o tronco no seu olho. Talvez o Ver.
Renato Guimarães seja a pessoa que mais tenha sido chamado à atenção por ter
saído da Pauta neste Plenário. E eu, delicadamente, cedi o tempo, porque gosto
do debate, concedi um aparte, e eu falava sobre a área da saúde.
(Apartes
paralelos.)
Solicito
ao Sr. Presidente que coíba essa interferência.
O SR. PRESIDENTE: Eu asseguro o tempo de V. Exa., Ver.
Cláudio Sebenelo. Ver. Renato Guimarães, se V. Exa. não se comportar em
Plenário eu vou suspender a Sessão.
(Suspendem-se
os trabalhos às10h55min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h56min): Estão reabertos os trabalhos. A palavra
está com o Ver. Cláudio Sebenelo.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Sr. Presidente, eu havia solicitado tempo antes, para fazer uma
contradita à Questão de Ordem do Presidente da Comissão de Saúde. Ele não
conhece a Lei de Diretrizes Orçamentárias, aqui há um capítulo que fala :
(Lê.)“Saneamento básico - prioridade de obras de macrodrenagem da Cidade”. É
sobre o que o Ver. Cláudio Sebenelo falava, o Arroio Dilúvio muito mal-cuidado,
tem até ilha no Arroio Dilúvio.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Muito obrigado pelo aparte. O Prefeito
anterior prometeu que em dezembro de 96 teríamos cem equipes no Programa de
Saúde da Família, mas não cumpriu, tira a idéia de uma política municipal de
saúde. Os postos, ora pequenos, ora grandes, construídos irregularmente nos
primeiros quatro anos, com 11 postos; no segundo mandato, com um número pequeno
de postos, faltando quatro meses para terminar o mandato, receberam 56 postos e
queriam criar rapidamente e atabalhoadamente, sem uma política municipal de saúde,
continua agora, no quarto Secretário da gestão do PT, cada um com um tipo de
pensamento, cada um com uma orientação. Na verdade, o que salva, ainda, a saúde
é a presença de estruturas do Estado e da União, tão malfadadas e maltratadas
pela atual administração.
O
Grupo Hospitalar Conceição faz um dos melhores programas para pessoas
portadoras de deficiências na área da odontologia sanitária. É feito, com
anestesia geral, a limpeza odontológica total nos pacientes deficientes,
fazendo a profilaxia das doenças pulmonares, tirando a dor e melhorando as
condições psicológicas. Isso é que é investimento em deficientes físicos!
As
políticas específicas, como a do trabalhador, têm, nos Hospital de Clínicas, um
dos melhores modelos para o País. O Hospital de Clínicas é do Governo Federal e
ele investe muito em nossa Cidade.
O
Hospital Fêmina tem serviços magníficos de ambulatório, inclusive, para a
mulher no climatério. Isso faz com que muitas atividades, que deveriam ser do
Município, estejam sendo cobertas pelas verbas do malfadado Governo Federal,
tão criticado pela atual administração.
Nós
esperamos que, através da Lei de Diretrizes Orçamentária seja, neste ano, Ver.
João Dib, cumprida a Lei Orgânica do Município, que determina que treze por
cento do que é arrecadado pela Prefeitura seja investido em saúde. Se
colocarmos a verba do SUS junto com a arrecadação, treze por cento, vai fazer
com que se complete em equipe de saúde para o Programa de Saúde da Família, e
aí se comece uma política municipal de saúde tão esperada pela população de
Porto Alegre. Um programa, uma rede de atendimento que tenha disponibilidade,
que tenha fácil acesso e que esteja próximo às pessoas, que faça com que seja
possível um atendimento de até noventa por cento dos problemas de saúde, sem
que a população tenha que ir ao hospital. Isto, é, tirar da pessoas essa idéia
hospitalocêntrica, que comanda a insuficiente política municipal de saúde.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Eu pergunto ao Ver. João Dib e ao Ver.
Antonio Hohlfeldt se pretendem utilizar agora o pedido para Requerimento ou
Questão de Ordem. (Assentimento.) Mantêm.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
na Questão de Ordem eu queria justificar o discurso do Ver. Sebenelo, que é
muito claro: o anexo do Projeto, no seu inciso I, refere saúde e abre com dois
itens: continuidade do Programa de Saúde da Família e Descentralização e
Expansão do Serviço Municipal de Saúde.
Portanto,
a Questão de Ordem do Ver. Renato Guimarães é absolutamente nova, Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, quem responde às
Questões de Ordem é a Mesa e a Mesa não interrompeu o orador nem pediu para que
o orador não falasse sobre o problema que ele vinha abordando, ou seja a saúde.
Então a Mesa, na verdade, não merece nenhum tipo de reprimenda por parte dos
Srs. Vereadores. Quem responde às Questões de Ordem deve ser somente a Mesa e
ninguém mais!
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
respeitosamente, a manhã de hoje não está muito inspirada, em relação a
direitos igualitários de Vereadores e de Bancadas nesta Casa.
Eu
quero deixar, Sr. Presidente, respeitosamente, o meu protesto pelo fato de que
se deu interrupção de tempo, em Questão de Ordem, a um Vereador da Bancada do
Partido dos Trabalhadores e não foi concedido igual direito aos demais
Vereadores e Lideranças. Se há um acordo firmado entre Lideranças, tem que ser
cumprido para todos, e não só para alguns. Realmente, quero deixar registrado
aqui o meu protesto.
Em
segundo lugar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero insistir: a Questão
de Ordem do Ver. Renato Guimarães foi apenas protelatória, e, neste sentido, de
má-fé, porque interrompeu o discurso do Ver. Cláudio Sebenelo num assunto,
absolutamente, objetivamente, colocado no Projeto apresentado a esta Casa.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, eu suspendo o
tempo de V. Exa. e solicito, por favor - esta Pauta Especial é para discutir a
Lei das Diretrizes Orçamentárias -, que V. Exa. se prenda ao tema.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu estou me prendendo, Sr. Presidente.
Vou repetir a Questão de Ordem anterior, que V. Exa. não aceitou: no anexo 1,
inciso I, sobre o tema da Saúde, está escrito: (Lê.) “Continuidade do Programa
de Saúde da Família; Descentralização e Expansão dos Serviços Municipais de
Saúde”. Era isso que o Ver. Cláudio Sebenelo estava falando e foi sobre isso
que o Ver. Renato Guimarães fingiu que não entendeu e fugiu do Projeto.
Eu
quero deixar registrado aqui o meu protesto, porque o tema está restrito ao
Orçamento que nós estamos discutindo hoje.
Sobre
as questões gerais - Sr. Presidente e Srs. Vereadores, peço, se for possível, a
atenção do Ver. Adeli Sell -, eu quero justamente retomar a Questão que
levantei antes e que a Mesa, infelizmente, também não acatou. É exatamente o
fato de que estamos fazendo tramitar, a partir de hoje, o Projeto de Lei do
Executivo nº 017/98, Processo nº 1798/98 sem que e adeqúe este Projeto por
parte do Executivo à Lei Complementar nº 414, pelo menos no genérico, do seu
artigo primeiro, parágrafo segundo, que diz: (Lê.) “A elaboração das leis dos
planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos municipais deverá ser
acompanhada de Parecer dos Conselhos Municipais dentro de suas respectivas
competências”. Em nenhuma parte do processo formado nesta Casa, que deverá ir à
Comissão de Finanças e Orçamento, existe qualquer Parecer de Conselho
Municipal. A legislação vigente, a Lei Complementar nº 414, foi homologada pelo
Presidente da Casa, depois de derrubados os vetos do Prefeito. O Executivo tem
a obrigação de adequar o Projeto de Lei enviado a esta Casa à vigência da outra
Lei, e isso não foi feito.
Eu
quero deixar registrado nos Anais que vou formalizar a Questão de Ordem, no meu
entendimento, a Comissão de Orçamento deve devolver em diligência o Projeto de
Diretrizes Orçamentárias para que o Executivo adeqúe esta legislação à Lei
vigente. Em segundo lugar, quero registrar que, uma vez mais, o Executivo
Municipal pretende passar por cima deste Legislativo, uma vez mais, não se
inclui envio, por parte do Executivo, dos Projetos e programas orçamentários.
Então, o que nós temos é um discurso genérico, promessas genéricas, sem
qualquer objetividade e, mais uma vez, foge-se daquilo que, há quatro ou cinco
anos, este Legislativo luta, primeiro através do Ver. Airto Ferronato e, no
último ano, através desta Liderança, que é a inclusão dos projetos específicos,
dos programas com as suas verbas específicas orçamentárias para serem avaliados
por esta Casa.
Quero
insistir, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que vou fazer, uma vez mais, a
Emenda respectiva, prevendo que, até metade de dezembro, o Orçamento deva ser
enviado na forma de projeto e programa para análise desta Casa. É do direito
desta Casa e hoje em dia mais do que do direito, é da legalidade constituída
pela Lei Complementar nº 414. Caso isso não seja feito, esta Liderança pretende
tomar o encaminhamento jurídico necessário para fazer com que a Lei seja
cumprida. Porque é muito bom fazer discursos sobre legitimidade e legalidade,
mas também é bom que se cumpra a Legislação vigente. E se o Prefeito não
contestou, juridicamente, a Legislação vigente, ele tem que cumpri-la, e não o
está fazendo; é bom que isso fique bem gizado.
Por
outro lado, ao lermos as questões gerais dos artigos que integram a Lei,
chama-me a atenção que uma vez mais - e aqui fica bem clara a intenção de
tensionar, de confrontar permanentemente com o Legislativo - o Sr. Prefeito
Municipal envia a esta Casa o Projeto de Diretrizes Orçamentárias, prevendo
3,5% na elaboração do orçamento do Legislativo. Ora, há quase uma década a
Câmara de Vereadores emenda, todos os anos, esse Projeto de Lei, passando para
4% do Orçamento a participação deste Legislativo e, insistentemente, Ver. Pedro
Américo Leal, num evidente desrespeito para com esta Casa, numa tentativa de
manter, permanentemente, o confronto, o Executivo, quando envia a Lei para cá,
envia na forma de 3,5%. Não entro no mérito de se é correto ou incorreto, o que
quero chamar a atenção é que, permanentemente, a Administração Popular tenta
diminuir a participação desta Casa - um poder autônomo - no Orçamento
Municipal, insistindo sempre na taxa de 3,5%, ao invés dos 4%, que nós temos
sempre emendado, aprovado e, no final das contas, depois, feito cumprir. Quero
lembrar, inclusive, o episódio do ano passado, em que, no açodamento da votação
da LDO nós acabamos, efetivamente, votando 3,5% do Orçamento, quando já na LDO
nós tínhamos 4%. E aí, tivemos que fazer verdadeira ginástica para corrigir a
Legislação que a Bancada de situação havia praticamente tratorado na votação e
acabou cometendo o equívoco lamentável de deixar registrado os 3,5% no orçamento
do Legislativo, quando nós já havíamos aprovado, na LDO, 4%. Então, já que o
Ver. Adeli Sell, tão simpaticamente, disse que a Comissão que ele preside está
aberta, eu gostaria de incluir este meu pronunciamento nos autos do processo
para avaliação da Comissão.
Por
fim, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no que tange, genericamente, ao mérito
do Projeto, às propostas - já o Ver. João Dib registrava aqui -, o Executivo se
limita a repetir promessas e protocolos de intenções, que têm vindo ano após
ano. Quero registrar, sobretudo, que algumas questões enfocadas no processo, a
uma simples leitura, evidenciam a profunda contradição entre o pretenso
discurso e a prática.
Tomo,
no inciso III, dos transportes a questão de ampliação do número de áreas
delimitadas para estacionamento temporário pago nas vias de Porto Alegre: a
Área Azul. Ora, todos nós sabemos que a Área Azul continua sendo uma grande
piada, ao menos, no Centro da Cidade. Em primeiro lugar, porque antes a
Prefeitura se queixava de não receber o auxílio da Brigada Militar para o
aspecto, digamos assim, de obrigatoriedade da Legislação da Área Azul. Ora,
desde o início deste ano passou para o Executivo Municipal, através da SMT,
através da própria Carris, o poder de polícia na área central da Cidade e o que
nós vemos é que se continua descumprindo a legislação da Área Azul. Muitos
motoristas, quando estacionam no Centro da Cidade, deixam seu carro com dois ou
três canhotos da Área Azul, ou seja, eles ostensivamente apropriam-se do espaço
e a Prefeitura fecha os olhos a troco de dois reais, o conjunto das duas horas.
Então nós mantemos a mesma situação ilegal e irregular que a Área Azul tentava
combater. Agora, no Projeto de Diretrizes Orçamentarias, vir dizer que se vai
ampliar a Área Azul é piada e é desrespeito a esta Casa, como é desrespeito ao
cidadão em geral, porque nem o que existe é cumprindo. E, se vale a intenção de
expansão, eu gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores de que há três
anos existem placas de Área Azul em torno da Praça da Matriz. Eu já fiz um
Pedido de Informações sobre quando seria implantada a Área Azul da Praça da
Matriz e a resposta que recebi foi a de que não há previsão de prazo. No
entanto, lá estão e os estacionamentos privatizados também, praticados,
sobretudo pelo Judiciário, cujos funcionários e Juízes colocam seus carros
ostensivamente em torno da Praça e ali ficam ao longo de toda a jornada, ou por
funcionários da Assembléia, em menor número, porque a Assembléia providenciou
estacionamento de automóveis de Deputados e funcionários, ou até mesmo por
outras pessoas que trabalham ali no entorno. Então, dizer que se vai ampliar a
Área Azul e não se conseguir sequer controlar a Área Azul do Centro da Cidade é
realmente uma contradição e evidencia o quanto de falso, o quanto de fantasma
existe no discurso das Diretrizes Orçamentarias.
Por
outro lado, também se fala no mesmo inciso da ampliação dos transportes
coletivos adaptados para pessoas portadoras de deficiência. Ora, há dois anos,
por casualidade um ano eleitoral, a Prefeitura adquiria seis ônibus adequados a
deficientes físicos. Colocou os ônibus na linha e nunca mais tratou do assunto.
Duvido que algum deficiente físico desta Cidade saiba onde se encontram esses
ônibus, em que linhas trafegam esses ônibus, em que horário trafegam esses
ônibus. Na verdade, esses ônibus ficaram reduzidos ao papel normal de qualquer
outro ônibus: trafegam normalmente pela Cidade, são retirados e trocados de
linha no dia-a-dia, conforme a escala que a Cia. Carris Porto-alegrense realiza,
e não existe uma única divulgação para os interessados quanto aos trajetos e
horários que esses veículos desenvolvem na Cidade.
Por
outro lado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ainda no inciso de transportes,
se diz “apoio ao desenvolvimento de formas alternativas de transporte”, e se
menciona especificamente “ciclovias”. Aqui temos um avanço. Lembro aos Srs.
Vereadores que há três ou quatro anos o então Ver. Jocelin Azambuja brigava
pela inclusão das ciclovias na LDO. Avançamos, milímetros, mas avançamos, está
incluída. Não sei se será concretizada, mas pelo menos aparece este ano na LDO.
Por
fim, diz-se aqui no Inciso IV, ligado ainda aos transportes, que vão-se
“desenvolver ações coordenadas e programas com o objetivo de melhoria e fluidez
do tráfego na Cidade, aumento da segurança e do respeito ao pedestre”. Ora,
desde o início do ano letivo, portanto desde o início de março, este Vereador
tem trazido permanentemente denúncias a esta Casa, e o representante do
Prefeito aqui me garantia que o Secretário Bertotto iria tomar providências,
mas continuamos sentados à espera de providências da SMT quanto à questão, por
exemplo, da Av. Ipiranga, junto à PUC, no horário noturno das 19 às 20 horas.
Não consigo admitir que para trafegar do entorno da Rua Monteiro Lobato até o
espaço a PUC se perca exatamente 30 minutos todos os dias. Fico imaginando o
aluno da PUC, que além de ter que pagar o estacionamento é condenado a queimar
gasolina todos os dias ao longo da Av. Ipiranga, por uma medida absolutamente
injusta da Pontifícia Universidade Católica, que conta com a omissão absoluta
da Secretaria Municipal dos Transportes. A PUC continua permitindo e a SMT
continua se omitindo sobre a decisão dos exploradores de estacionamentos pagos
de cobrar na entrada. Com isso nós criamos um trancamento de toda avenida que,
praticamente, utiliza as três pistas, porque, infelizmente, os motoristas
mal-educados, muitas vezes, trafegam pela terceira pista para depois chegar no
estacionamento e por isso tranca a Av. Ipiranga inteira.
Nós
estamos em junho, nos encaminhando para o final do semestre letivo, portanto
quatro meses depois de iniciado o ano escolar, e a SMT sequer deslocou um
fiscal que fosse para fazer o acompanhamento do estacionamento e do acesso à
PUC.
Retirar
o estacionamento das margens do Arroio Dilúvio, eu acho que foi bem
encaminhado, e agora se faz uma obra de criação de um canteiro paralelo a todo
Arroio em frente à área da PUC. Certamente a SMT ou a SMOV agiram corretamente,
mas não se tomou a complementação necessária que é a de proibir a exploração do
estacionamento fazendo a cobrança na entrada.
O
Ver. Elói Guimarães, ex-Secretário, sabe bem do problema, porque esse problema
já existe há décadas, certamente desde o tempo que ele era Secretário.
Então
o que nós temos é um caos absoluto, Sr. Presidente, em relação à PUC , e aí se
lê: “desenvolvimento de ações coordenadas e programas para melhoria e fluidez
do tráfego”. Se não se consegue resolver nem o problema que existe, visível,
como vai-se resolver outros.
Essas
são algumas questões da LDO, eu concluo Sr. Presidente, e vamos aproveitar para
continuar mostrando a falsidade da proposta da LDO e a concretude das ações da
Administração Popular. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. SECRETÁRIO: Apregoamos as Emendas nºs 01 a 05, de
autoria do Ver. João Dib, apostas ao PLE nº 017/98.
Ver.
João Dib, seria importante alterar a disposição legal, que está com equívoco.
O SR. JOÃO DIB: A Lei nº 8.666/93 foi alterada por outra
Lei.
O SR. SECRETÁRIO: Mas continua valendo a Lei nº 8.666/93.
O SR. JOÃO DIB: Eu farei a alteração. Obrigado.
O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Faço um apelo a quem está inscrito em
Pauta para que seja breve no pronunciamento ou desista, porque temos que votar
o Projeto em homenagem à Semana Gildo de Freitas. Inclusive, contamos com a
visita da viúva, D. Carminha, e da Neusa. Então, requeiro que seja votado este
Projeto hoje, até em respeito aos que vieram aqui para isso. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE: É um Requerimento que V. Exa. faz, e os
Srs. Vereadores que assim quiserem, poderão aceitá-lo, voluntariamente.
Quero
cumprimentar a Dona Carminha e a todos os amigos do Gildo de Freitas. Nós que o
conhecemos, sabemos do grande valor que ele representa para a cultura do Rio
Grande do Sul. É uma honra tê-los aqui.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Requeiro a inversão dos trabalhos:
primeiro a Ordem do Dia, depois a Pauta. Obrigado.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Quero registrar
que já havia solicitado tempo para uma Comunicação de Líder, antes da Pauta;
gostaria de ter garantido o meu direito à Comunicação de Líder.
O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Solicito um esclarecimento em relação ao
Requerimento do Ver. João Dib: para orientar a votação, nós consideraríamos a
Pauta como corrida ou não?
O SR. PRESIDENTE: De acordo com o Requerimento do Ver. João
Dib, nós não estaríamos correndo Pauta, enquanto pelo Requerimento do Ver. José
Valdir a Pauta seguiria correndo.
Em
votação o Requerimento do Ver. João Dib para a inversão da ordem dos trabalhos.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, quero saudar os familiares do Gildo de Freitas e dizer que, sem
dúvida nenhuma, vamos trabalhar junto ao Ver. José Valdir, no Projeto de sua
autoria.
Em
segundo lugar, requeri esta Comunicação de Líder para retomar um assunto que eu
trouxe a este Plenário, na quarta-feira passada: a questão da SMOV e da decisão
da Secretaria de Obras e Viação, no sentido de reduzir os atendimentos,
distribuindo apenas 12 fichas por dia e, ao mesmo tempo, obrigando a que as
partes estejam sempre representadas através de um engenheiro ou de um
arquiteto. A ordem de serviço diz que somente serão atendidos engenheiros,
arquitetos e profissionais da área da Secretaria.
Ontem,
foi muito estranha a reação da SMOV, porque uma emissora de rádio me
entrevistou, num primeiro momento, e depois entrevistou o Secretário. E a
desculpa do Secretário Estilac Xavier é que, efetivamente, a medida foi
implantada, ou seja, confirmou a minha denúncia, mas tentou justificar, dizendo
que 12 atendimentos é a média diária que a SMOV faz em relação às partes
interessadas.
Agora,
quando o repórter indagou ao Secretário Estilac Xavier da possibilidade de
algum dia haver dezoito ou vinte pessoas, se aquele excesso voltaria para casa,
ele confirmou: “vai ter que voltar para casa e não vai ser atendido”.
Então,
aí fica bem claro e desmascarado o que está havendo na SMOV.
Hoje,
no “Correio do Povo”, curiosamente, existe uma outra posição do Sub-Secretário,
dizendo que em nenhum momento foi proibido das partes irem lá. Eu quero lembrar
que, em nenhum momento, este Vereador disse que as partes estavam proibidas de
ir lá. Agora, que as partes sem o acompanhamento de um profissional não serão
atendidas, isto está escrito. E as fotografias que eu trouxe aqui no Plenário,
na Sessão passada, evidenciam. E, talvez, por um equívoco do Subsecretário da
SMOV, que diz que apenas num setor está implantado este modo de atendimento, eu
quero dizer e repetir que não é apenas em um setor, pelo menos dois setores que
foram por nós documentados implantaram o mesmo procedimento das 12 fichas e,
portanto, um atendimento que cerceia o interesse das partes.
Aliás,
ontem, na entrevista de rádio, entrou um ouvinte e perguntou exatamente isso ao
Secretário: se esse cerceamento, essa obrigatoriedade de se fazer acompanhar de
um técnico, de um profissional, não faria com que as pessoas gastassem mais nos
seus projetos de legalização ou de pequenas ampliações das suas casas. O
Secretário disse que não gastariam mais porque o profissional já está
contratado. Mas parece-me que exatamente o que ouvinte queria levantar era a
questão que levantei aqui, ou seja, ao só atender profissionais, o que a
Prefeitura está fazendo, na verdade, é criando um espaço cartorial. O
contribuinte não tem como tratar dos seus interesses no balcão da SMOV, ele tem
que, obrigatoriamente, se valer da intermediação de um profissional. E ninguém
vai me fazer acreditar que um profissional, por mais ético que seja, sabendo
que vai perder tempo na fila da SMOV, se é que vai conseguir ficha no mesmo dia
em que lá comparecer, não vá cobrar um valor extra do seu cliente.
Então,
na prática, o que estamos vendo hoje é que a direção da SMOV, em primeiro
lugar, cerceia o direito do contribuinte de tratar, ele próprio, dos seus
interesses. A situação que nós temos, muito claramente, é esta: o interessado
contrata um profissional, faz o seu projeto e, depois, ele próprio trata do seu
encaminhamento na SMOV. Pela decisão unilateral da SMOV, isso não mais é
possível. A parte interessada pode acompanhar o profissional, mas, sem profissional,
não vai ser atendida. Essa decisão é lamentável, porque ela desrespeita o
contribuinte. A relação deve se dar com o contribuinte; não com algum
representante do contribuinte. Mas parece-me que a SMOV pensa diferente: criou
um cartório de profissionais - engenheiros e arquitetos - à revelia,
provavelmente, do próprio CREA, à revelia, provavelmente, dos próprios órgãos
de representação de engenheiros e arquitetos, que não pediram isso. E mais,
onera o contribuinte por fazer com que ele tenha de ser acompanhado por um
técnico, que, evidentemente, vai cobrar por hora despendida e perdida no balcão
da SMOV, sobretudo porque existe a redução para doze fichas por manhã. Continuo
à espera da lógica da SMOV num atendimento realmente universal, que é o que o contribuinte
merece. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no
final do ano passado, mais precisamente no mês de dezembro, tivemos a
oportunidade de presenciar, no Palácio Piratini, o lançamento do Projeto Bolsas
Olímpicas, através do qual o Governo do Estado estaria oferecendo bolsas para
diversos atletas.
O
Sr. Governador, naquele ato, entregou simbolicamente uma bolsa a um atleta, que
falou em nome dos demais de todas as modalidades esportivas. Só que, nos
últimos tempos, eu tenho recebido, quase que diariamente, em meu gabinete,
atletas que estão querendo saber onde estão essas bolsas olímpicas.
Eu
tenho, aqui, um Ofício em que consta que o Governo do Estado, por meio do
Departamento de Desporto está devendo a 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, e 11ª parcelas.
Portanto, cinco parcelas. Vamos fazer uma solicitação para que o Sr. Diretor do
DESP entre em contato com o Sr. Governador, porque se o treinamento desses
atletas dependesse dessas bolsas, o que seria do desporto gaúcho neste momento.
Vou
ler o Ofício que esses atletas receberam: (Lê.)
“Prezado
atleta: dirigimo-nos a você para comunicar que finalmente conseguimos regularizar
o sistema de pagamento das cotas do Projeto Bolsas Olímpicas. Queremos
registrar que todo o nosso esforço e extremo empenho foi colocado no sentido de
encontrar um mecanismo de funcionamento regular para que você e o esporte do
Rio Grande do Sul, os grandes beneficiados por esse Projeto, pudessem contar e
se programar com o recurso. Dessa forma, ficou aprovado e liberado o calendário
dos recursos, da seguinte forma: 2ª parcela em novembro, 3ª em dezembro, 4ª em
janeiro, 5ª em fevereiro, 6ª em março, 7ª em março, 8ª em abril, 9ª em abril,
10ª em 29 de maio, 11ª em 29 de maio.”
E
diz que, no final do mês de junho, esses atletas serão reavaliados pela
Federação Esportiva, com aval das confederações.
No
final do Ofício que cada atleta recebeu diz assim: (Lê.)
“Acreditando
nos bons resultados de seu esforço e dedicação, desejamos que continue com
muito êxito.”
Nós,
também, esperamos que esses atletas continuem com êxito. Só que os atletas
estão esperando que o Governo do Estado cumpra com a promessa e faça o
pagamento o quanto antes. E, como já foi feito em épocas anteriores, serei o
primeiro a ocupar esta tribuna assim que o Governo do Estado pagar os atletas e
dizer que ele cumpriu com a sua parte. Que isso não fique só no “Dito e Feito”;
esperamos que aquilo que foi dito seja feito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, peço
licença ao Plenário para tratar de um assunto que me preocupou, dada a leitura
de uma notícia, ontem, nos jornais. Vou reduzir o meu tempo ao mínimo para
possibilitar a homenagem que o Ver. José Valdir quer prestar à viúva de Gildo
de Freitas, que está aqui presente.
Na
página econômica da “Zero Hora” de ontem, apareceu uma notícia que diz: (Lê.)
“Ironia pouca é bobagem! Dono da maior área agricultável do planeta, o Brasil
está ocupando posição de destaque no ‘ranking’ mundial dos maiores importadores
de alimentos”. Quem diz isso é o Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos, que levantou os dados de 1997 e 1998. Afirma, ainda, que o Brasil ficou
na segunda posição dos maiores importadores de trigo do mundo; o Brasil é o
terceiro maior comprador de algodão e é o terceiro maior importador de arroz
beneficiado.
Srs.
Vereadores, pode parecer ao Plenário que esta Casa não tenha nada a ver com
isso, mas é uma questão de soberania. Eu pedi licença para trazer esse assunto
à tribuna, porque acredito que é dever, também, deste Parlamento Municipal
refletir sobre essa situação. Num momento como este por que passa o mundo todo,
com carência de alimentos, com a imensa área agricultável do Brasil, a nossa
política agrícola desce a esses complicadores. É lamentável que isso aconteça,
porque não há explicação razoável para esse episódio. Nós estamos, como diz o
Ver. Pedro Américo Leal, impelidos a essa contingência por fatores externos. O
Brasil perdeu o controle sobre a sua produção agrícola.
O
Ver. Pedro Américo Leal pede que eu repita as suas palavras: “indigência
compulsória”. Estamos de pires na mão, quando temos tudo para sermos o celeiro
do mundo. Isso reflete a nossa situação atual.
Eu
acho que Porto Alegre, como parte desse mundo globalizado, tem o direito e o
dever de registrar isso, com muita tristeza, porque o Estado do Rio Grande do
Sul é um dos maiores produtores de grãos deste País. Fica aqui o registro
lamentável desse fato. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Mário Fraga está com a palavra em
Comunicação de Líder pelo PDT.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para
mim é um prazer estar novamente nesta Casa defendendo o povo de Porto Alegre.
Quero fazer duas observações.
Uma
sobre as eleições para os Conselhos Tutelares. Realmente um dos coordenadores
das apurações, Ricardo Zamora, está de parabéns. Nesse sentido, Ver. Gerson
Almeida, a apuração dos votos não deixou nada a desejar, visto que eram votos
casados cinco vezes. Mas a eleição em si, Ver. Gerson Almeida, foi bastante
complicada. Não sei se por culpa nossa, Vereadores, quando aprovamos a Lei,
principalmente V. Exas. que estão neste mandato, mas eu estava no anterior,
deixamos a desejar quanto à fiscalização e quanto ao modo de ser. Quem
acompanhou a votação, e eu acompanhei porque tinha os candidatos do Partido,
estive em diversas urnas. Não existia a cabina indefensável. Não é culpa de
ninguém, Vera. Maria do Rosário, mas temos que mudar esse processo, para não
deixar dúvidas - que quase sempre deixam dúvidas para o PT e PDT, que mais
atuam nesse segmento. As cabinas indefensáveis não existem, o voto é feito
naquelas antigas classes de sala de aula e isso cria um constrangimento para o
eleitor. A Vera. Maria do Rosário faz com a cabeça que não concorda, mas eu
levei meus familiares para votar e o pessoal ficava olhando em quem se votava.
Acho que fica ruim para todos, não estou criticando ninguém, mas nós
Vereadores, e para o próximo mandato de 2001 dos Conselhos Tutelares, temos que
mudar algumas coisas, tem que haver uma fiscalização como nas eleições para
vereador, deputado ou qualquer cargo eletivo neste Estado.
Gostaria
de falar também, infelizmente, a respeito da Secretaria Municipal dos
Transportes. O Secretário Luís Carlos Bertotto não esteve em Belém Novo na
reunião do Orçamento Participativo, mas diversos Vereadores do PT estiveram lá
e eu falei com todos eles. Lembro-me da Vera. Maria do Rosário, do Ver.
Guilherme Barbosa, do Ver. Clovis Ilgenfritz, do Ver. Gerson Almeida. A SMT
levou o fim da linha do ônibus para a Praça João Lessa, em Belém Novo, sem
estrutura alguma. A pessoa que vai do Centro para o Lami anda 26 km, desce em
Belém Novo, espera outro, pega o Lami e anda mais 16 km. Fica numa fila sem
infra-estrutura nenhuma, sem um banheiro, na escuridão. Infelizmente a Praça
está terminando. Estão usando a Praça para necessidades físicas, biológicas e
outras coisas. A Praça João Lessa está precisando de diversos cuidados da
Secretaria Municipal dos Transportes que levou os ônibus para lá e da SMAM que
cuida das praças. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome
da minha Bancada, o PMDB, acredito que esta Casa não pode deixar passar a data
de hoje sem se referir a questões e aos problemas do meio ambiente.
Hoje,
nossa Capital inicia uma série de atividades relativas a questão ambiental.
Presidi, durante dois anos, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa.
Tivemos a oportunidade de acompanhar, bem de perto, as lutas das entidades
ambientalistas pela preservação do meio ambiente em nossa Cidade. Quem
participa das lutas ambientais sabe das dificuldades e dos caminhos que ainda
temos que trilhar para enfrentarmos as questões do desmatamento, da poluição
das águas, da preservação das florestas e das questões ambientais que afetam as
grandes cidades, da necessidade de criação de infra-estrutura de saneamento
básico e da água potável para a maioria da população do nosso País. Poderíamos
aqui citar, durante todo o tempo que dispomos, os crimes ambientais praticados
e as tentativas de enfrentar a poluição ambiental no nosso Município, no nosso
Estado e no nosso País.
Gostaria
de ressaltar duas questões que considero avanços fundamentais na luta ambiental
do nosso Estado. Primeiramente, quero me referir aos três anos do programa
Pró-Guaíba, que, através de catorze projetos, tem atendido uma população que
engloba dois terços da população do nosso Estado, envolvendo 151 municípios
gaúchos. O Pró-Guaíba, em uma ação articulada com vários organismos
governamentais, tem traçado, inclusive através de vários projetos de educação
ambiental, ações de envolvimento para que a população possa tomar consciência
da sua participação para a resolução das questões do meio ambiente. Sabemos
que, de uma forma muito especial, as mulheres têm tido a participação na luta
ambiental, porque discutir meio ambiente é discutir a preservação da população
atual, mas é, fundamentalmente, discutir as condições de sobrevivência do
planeta e da população que aqui vai viver e, portanto, dos nossos filhos e
netos. É impossível, no Rio Grande do Sul, falarmos sobre o Dia Mundial de Luta
pelo Meio Ambiente, sem referirmo-nos às conquistas incorporadas e os planos ainda
em andamento trazidos pelo Projeto, pelo Programa Pró-Guaíba e pelos projetos
por ele desenvolvidos.
Trago
aqui os resultados de uma pesquisa que foi organizada pela Fundação Zoobotânica
que traça o perfil das pessoas em relação à questão ambiental. É muito
importante podermos falar da pesquisa da Fundação Zoobotânica, porque ela
trabalha a consciência da população em relação à questão do meio ambiente. O
Estado do Rio Grande do Sul é pioneiro, do ponto de vista da luta das entidades
não-governamentais na defesa do meio ambiente: é o Estado de Lutzemberger, de
Magda Renner, de Gizelda Castro, do Prof. Carneiro. Visionários de uma luta, de
um momento em que a sociedade não tinha ainda condições e consciência plena da
importância da questão ambiental. Uma pesquisa realizada na Região
Metropolitana aponta que 67% da população da Grande Porto Alegre acreditam que
podem fazer mais pelo meio ambiente, é mais um dos indícios de que a luta dos
ambientalistas não foi em vão. Assim também como as ações desenvolvidas através
do Projeto Pró-Guaíba demonstram que o Poder Público, através dessas ações,
incorporou como política pública a preocupação com a questão ambiental em nosso
Estado.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Informo que o Ver. Henrique Fontana se
encontra em representação da Casa.
Havendo
quórum, passamos à
O
Ver. José Valdir está com a palavra para um Requerimento.
O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Proponho uma inversão na ordem da
votação: votar em primeiro lugar o PLL nº 017/098 e, depois, o PR nº 008/98.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. José
Valdir que propõe a inversão na ordem de votação dos projetos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
0652/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/98, de autoria do Ver. José Valdir, que
institui a Semana Gildo de Freitas do Trovador, no Município de Porto Alegre.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- adiada a discussão por duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 017/98. O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra para discutir.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
queremos saudar a esposa do falecido Gildo de Freitas, Dona Carminha; a sua
filha Neuza, enfim, os amigos aqui presentes do nosso querido, e eu diria,
imortal trovador do Rio Grande do Sul e do Brasil, Gildo de Freitas, que nesta
manhã, por iniciativa inteligente do Ver. José Valdir traz um grande Projeto
para que a Câmara se manifeste sobre ele. Trata-se de instituir a Semana Gildo
de Freitas, do Trovador, no Município de Porto Alegre.
Falar
do Gildo, do Rio Grande, de Porto Alegre é pouco. Muito pouco se acrescentaria,
porque ele, todos sabemos, tive a honra e a oportunidade de conhecê-lo em
muitos duelos de trova com outros trovadores - não só gaúchos, como brasileiros
-, é uma pessoa que só falar dele se acrescentaria muito pouco. Ele foi,
inquestionavelmente, na opinião da crítica especializada, à época, o maior
trovador do Brasil. Não foi só o maior trovador do Rio Grande do Sul, como o
maior trovador do Brasil, que tirava versos de idéia. A trova, por outro lado,
se constitui e se constituiu no Rio Grande do Sul naquela filosofia, naquela
sabedoria de gente simples, de gente humilde, de gente do nosso interior, onde
o trovador expressa toda a sua alma, todo o seu sentimento, onde ele canta a
sua terra, canta os seus costumes, enfim, um duelo, extraordinariamente belo de
se assistir. E todos nós conhecemos, evidentemente, a trova no Rio Grande do
Sul.
Este
Projeto resgata, meu caro amigo Ver. José Valdir, com a maior justiça, uma das
dívidas que a Cidade tinha para com o trovador Gildo de Freitas, criando a
Semana Gildo de Freitas, no sentido de cada vez mais desenvolver esta
verdadeira arte do cancioneiro, do trovador gaúcho e de resto, do trovador
brasileiro. Este Projeto que receberá a unanimidade da Casa, chega em boa hora,
porque ao longo da história - e eu digo isso, Ver. José Valdir, porque conheço
bem esta área nativista, tradicionalista -, cometeram-se muitas injustiças com
Gildo de Freitas. Ele foi um homem, dos trovadores, cantores, compositores, dos
melhores. Não se criou melhor trovador no Rio Grande do Sul, melhor cantador de
verso do que Gildo de Freitas. E sabemos que não teve o reconhecimento que a
sua idéia, sua capacidade e o seu talento reclamaram. Muitos outros, usando um
termo que certa feita ouvi dele: muitos “guaipecas” conseguiram, por fatores
que não vêm ao caso examinar, tiveram muito mais compensações do que o grande
trovador do Rio Grande, que foi Gildo de Freitas.
Este
Projeto é extremamente oportuno e importante, e servirá para estimular, para
incrementar a trova no Rio Grande do Sul. Em muitos dos nossos acontecimentos
sociais, dos nossos “fandangos”, das nossas festas campeiras, das nossas
“carreiradas”, a trova está presente como a expressão do sentimento gaúcho.
Fica a nossa homenagem, a nossa saudação, Ver. José Valdir, ao Projeto de V.
Exa. que vem resgatar a justiça que há muito se reclamava com esta grande
figura de trovador, homem de bem., chefe de família exemplar. Um homem que era
extremamente bondoso. Um homem que estava sempre ao lado dos seus companheiros
nas horas difíceis e nas horas amargas. Foi o maior trovador que o Brasil já
conheceu . Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Mário Fraga está com a palavra
para discutir.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
gostaria de parabenizar o Ver. José Valdir pela brilhante iniciativa e, também,
saudar os familiares do Gildo de Freitas, presentes em Plenário.
Faço
essa homenagem ao Gildo de Freitas não só por mim, mas pelo meu pai que era
amigo do Gildo de Freitas e trovador da Zona Sul, Mário Bigode. Portanto, faço
essa homenagem, lembrando o meu falecido pai que gostava muito de trovar.
O
Ver. José Valdir foi muito feliz ao propor que fosse instituída a Semana Gildo
de Freitas, do Trovador em Porto Alegre. Os Vereadores que não são ligados a
esse tipo de movimento, podem, talvez, não sentir a mesma emoção que eu sinto
por ter em nossa Cidade a Semana do Trovador.
Meus parabéns aos familiares do Gildo de
Freitas, pois não os conhecia até este momento. É uma grande homenagem que esta
Casa faz ao Gildo de Freitas e muito justa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há
alguns anos eu era Diretor do DEMHAB quando conheci o Ver. José Valdir. Ele
era, na oportunidade, Presidente da Associação dos Moradores da Vila Nova
Gleba. Antes de conhecê-lo, ele me foi pintado como um homem muito radical,
perigoso e que era preciso ter cuidado. Na ocasião, como eu tinha uma direção
eclética, pois tinha pessoas de todas as correntes políticas no Departamento,
entreguei à pessoa mais de esquerda a tarefa de conversar com o José Valdir e
tive uma surpresa muito agradável, porque o dito radical era um homem de fácil
diálogo com o qual eu pude me entender com toda a tranqüilidade e possibilitar
que a Vila Nova Gleba tivesse um local adequado para erguer a sua Associação,
onde ela se encontra até o dia de hoje.
Isso
eu coloco como preliminar, porque digo que o Ver. José Valdir é um homem que,
com muita freqüência, me dá surpresa - no bom sentido. Aqui na Câmara eu
conheci o seu outro lado, o seu lado poético, com algumas produções do
conhecimento da Casa, que demonstra uma competência que me faz - não freqüente
- eu dizer que ele deixe a vida parlamentar e enverede para a vida literária,
onde ele tem um futuro brilhante pela frente, já que a sua opção política
continua sendo diferente da minha. E, evidentemente, eu não posso desejar ao
Ver. José Valdir, em termos político, o mesmo êxito que eu estou prevendo na
área literária.
Agora
mesmo, o Ver. José Valdir, como acentuou o Ver. Elói Guimarães, supre uma
lacuna. Primeiro, porque, de uma forma inteligente, homenageia uma das figuras
mais destacadas que o Tradicionalismo Gaúcho conheceu: Gildo de Freitas, um
homem que marcou esse renascer da Cultura gaúcha de uma forma muito destacada E
nós que tivemos o ensejo de introduzir na Casa e na Legislação Ordinária da
Cidade o Prêmio Glauco Saraiva, que tem destacado grandes valores do
tradicionalismo do Rio Grande, como Antônio Augusto Fernandes; o meu amigo Luís
Carlos Barbosa Lessa, que este ano irá receber o Prêmio; Paixão Cortês, que
recebeu a honraria máxima da Cidade, por iniciativa do Ver. Elói Guimarães.
Agora estamos fechando todo esse círculo com o destaque que se dá à figura de
Gildo de Freitas, quando se institui a Semana Gildo de Freitas, do Trovador,
para o final do mês de novembro, dado que ela culminaria, como prevê o parágrafo
único, em quatro de dezembro, data do aniversário de morte do trovador Gildo de
Freitas. O Projeto diz que os eventos desenvolvidos nessa semana ficam sob a
responsabilidade e iniciativa da União Gaúcha dos Trovadores, facultando a
parceria com instituições públicas e privadas. É um excelente Projeto do Ver.
José Valdir. Quando do exame, nas Comissões técnicas, já tinha manifestado o
meu propósito de sobre ele me referir no momento adequado, e é o que faço
agora, cumprimentando o autor e antecipando a minha solidariedade e o meu voto
favorável. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a
palavra para discutir o PLL nº 017/98.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
venho a esta tribuna para parabenizar o nosso poeta Ver. José Valdir que, na
minha opinião, teve a feliz idéia de ingressar nesta Casa com este Projeto de
Lei que trata da instituição da Semana Gildo de Freitas, do Trovador, no
Município de Porto Alegre. Nós vemos como uma feliz iniciativa, embora não ter
conhecido, como o Ver. José Valdir e outros que me antecederam e falaram a
respeito do grande Sr. Gildo de Freitas, sou uma apreciadora da trova, que
conheci após aquelas apresentações de repentistas nordestinos nas televisões.
Como paulista, gostei desse tipo de arte e quando conheci aqui, no Rio Grande
do Sul, esse mesmo estilo de uma forma diferente, gauchesca, realmente, Ver.
José Valdir, me apaixonei pelo estilo. No ano passado estivemos no 4º Aparte de
Vereadores, que ocorreu no CTG 35, com prêmios para os Vereadores cantores,
intérpretes, poetas, mas, realmente, gostei muito daqueles Vereadores que
apresentaram a trova. Então, nada mais justo, sendo Gildo de Freitas um grande
nome nessa arte, que se institua a semana que leva o nome desse trovador. A
instituição dessa semana é uma maneira de homenagearmos a trova.
Diz
o Ver. José Valdir, na sua Exposição de Motivos: (Lê.) “A trova é um dos
elementos que compõem a singularidade da cultura gaúcha. Como manifestação
popular, a trova ocupa um lugar de destaque a partir da vinda dos portugueses.
Com o passar dos tempos, esse canto sofreu as influências de época, situação e
região, inclusive dos países platinos, através das ‘payadas’.” Aí, ele
complementa a sua Exposição de Motivos de maneira brilhante, e eu gostaria de
repetir, aqui, algumas palavras, pois talvez ele não o faça, e seria bom que as
pessoas que estão nos assistindo em casa tivessem conhecimento. Ele diz o
seguinte: (Lê.) “Sobre esta manifestação genuinamente gaúcha - diz Juarez
Fonseca- rima simples, sete sílabas em versos de seis linhas com acompanhamento
peculiar, com a gaita, não apenas com o violão, como acontece em quase todo o
mundo e como a gaita tem apenas tom maior, a trova gaúcha é improvisada em tom
maior, o que é outra peculiaridade, diferenciando-a da parada feita em tom
menor.” É bom que se tenha conhecimento dessas coisas, porque nós não temos o
conhecimento, às vezes. do que é um soneto, de como se compõe o soneto, de como
se compõe uma trova, enfim. Então, desta forma, uma semana dessas seria para
reflexões a respeito desse tipo de cultura no Estado e, também, para divulgar
essa maneira de fazer cultura genuinamente gaúcha. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para discutir.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero
aproveitar este ensejo para fazer uma saudação especial ao autor do Projeto que
propôs, aqui na Câmara Municipal, a oficialização da Semana do Trovador,
designando-a “Gildo de Freitas”. Várias homenagens, em primeiro lugar,
oficializando a Semana do Trovador e, de outro lado, designando essa semana,
oficialmente, de “Gildo de Freitas”. Homenagem mais do que sentida, mais do que
procedente de parte do Ver. José Valdir.
Aliás,
é bom que isso aconteça, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, até porque o PT é um
Partido que hoje avança para uma linha que é da vertente desse pensamento, do
pensamento popular porque, diferentemente do nosso Partido, os Trabalhistas,
apesar de estar ligado à vertente popular, pela natureza da formação do PT, num
determinado momento, ele era muito universitário, e é evidente que tinha uma
preferência maior por Carlos Drummond de Andrade, por Fernando Pessoa, por Clarice
Lispector e, dentro da linha mais social, por Ferreira Gullart e tantos outros
poetas nacionais e internacionais. Idolatravam as figuras de José Marti e Pablo
Neruda. Não entravam no campo popular, das manifestações culturais, da trova,
da poesia repentista do nordeste.
Essa
era a contradição entre a formação dos quadros do PT e da figura extraordinária
da Liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, essa a quem nós rendemos homenagem.
E essa é a grande dificuldade que tem o nosso candidato Luiz Inácio Lula da
Silva de integrar, muitas vezes, a presença dos setores do PT a uma
contradição, muitas vezes, entre a Liderança, a expressão popular de Luiz
Inácio Lula da Silva, e os quadros do PT, quadros formados dentro da
universidade, dentro de um processo extremamente intelectual.
Não
é o caso do Ver. José Valdir. O Ver. José Valdir é um homem que pertence àquele
segmento popular do Partido dos Trabalhadores, mas incorporou os ranços
universitários. Por que digo isso? Digo, mas com uma certa dose de carinho,
incorporou os ranços universitários na medida em que todas aquelas teses,
velhas e combalidas, da esquerda brasileira, de preconceito, com ser do povo,
com a alma do povão, com o nativismo, com tradição ... Hoje, o PT felizmente
adota a tradição. A tradição é uma das grandes sabedorias milenares. E nós,
Ver. José Valdir, cultuamos a tradição e a tradição se expressa no sentimento
nativista.
Infelizmente,
Ver. José Valdir, os partidos de elite, a ARENA, PDS, hoje o PFL, o PPB, do Dr.
Maluf, do Dr. Antônio Carlos Magalhães, sempre souberam aproveitar-se do
pensamento popular, usaram o pensamento popular e a tradição, mas tinham
dificuldades em incorporar essa gente à Universidade, e é isso que estamos
buscando: incorporar essa gente à universidade, ao saber, ao conhecimento, para
que o conhecimento não seja um privilégio de uma elite. É essa a grande
transformação que queremos, e estamos tentando hoje em nosso País. E alguém
poderá pensar, o que tem isso a ver com a Semana do Trovador? É porque a Semana
do Trovador, instituída pelo Ver. José Valdir, é algo que representa uma
manifestação mais pura da cultura popular. E gostaria de referir a Vera. Tereza
Franco, que me solicitou que expressasse o seu sentimento de satisfação ao
vermos incorporada, hoje, e oficializada por esta Casa a Semana do Trovador.
Encerro
fazendo votos que o PTB se incorpore à tradição e retorne a sua vocação do
pensamento popular e abandone as correntes conservadoras. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para discutir, tem a palavra o Ver. José
Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra.
Carminha, Sra. Neusa e demais amigos e parentes do imortal Gildo de Freitas,
conforme já falou o Ver. Elói Guimarães.
Falo
na discussão talvez para não encaminhar, para ter um pouco mais de tempo,
porque quero ponderar algumas questões ligadas a este tema. E começo
esclarecendo uma coisa: porque eu, um intelectual - e assim me considero, um
intelectual orgânico que participa dos acontecimentos, porque não existe contradição
entre ser intelectual e entender e participar das coisas do povo, o contrário é
populismo, o que a gente faz é intelectualidade orgânica. Um intelectual que
não despreza as coisas do conhecimento e que, ao mesmo tempo, se integra no
movimento como alguém que contribui com os movimentos, contribui para a cultura
popular, e aprende com os movimentos e com a cultura popular - então, por isso,
eu, um intelectual que gosta de música por isso eu, intelectual, que gosto de
música clássica e de “rock”, apresentar este Projeto parece estranho ou
surpreendente.
Na
verdade, não é surpreendente, porque tenho as minhas raízes rurais, que são
aquelas que me fazem, por exemplo, gostar muito de música sertaneja e de
nativismo. Quem de nós, que veio do interior, não sabe que a trova é um
elemento que está presente no dia-a-dia da vida do nosso povo?
Basta
ter uma carreira de cavalo, basta ter uma festa íntima ou um jogo de futebol e
alguém já pede um “mi maior de gavetão” e desempenha versos feitos na hora. A
trova é uma poesia instantânea, feita na hora e dentro de uma métrica - como
foi colocado no texto do Projeto e a Vera. Anamaria Negroni comentou - rígida
e, ao mesmo tempo, devem-se tirar os versos de cabeça, como diz o trovador, com
sagacidade e usar de muita malícia para que o verso se torne emocionante e
cativante às pessoas.
Nós
temos que analisar a trova dentro do contexto da nossa cultura regional. Nós,
dentro do PT - o Ver. Isaac Ainhorn não conhece o PT e por isso comete essa
inverdade que disse aqui - montamos há mais de um ano - e eu tenho a honra de
ser um dos fundadores - um núcleo de nativistas e tradicionalistas do PT,
porque temos raízes populares, não só no Rio Grande do Sul, mas em várias
regiões do Brasil. Temos vários companheiros que pertencem a CTGs e, até, o
próprio Lula, como foi dito aqui. Temos adeptos, porque somos um partido plural
em todos os sentidos, temos pessoas no movimento, temos pessoas da cultura
popular e temos intelectuais.
A
cultura gaúcha, no nosso modo de ver - e já discutimos no nosso núcleo - é
extremamente rica, porque veicula valores que, inclusive, têm a ver com
projetos políticos da esquerda, como o valor da liberdade. Talvez, das culturas
regionais que mais têm colocado o valor da liberdade como valor universal, o valor
da lealdade. Claro que há contradições na nossa cultura; há valores que
precisamos combater, como o machismo, como a subalternidade. Agora, há valores
que têm tudo a ver com a sociedade fraterna e todos aqueles - independente do
partido político que venha a defender - valores que vêm ao encontro de uma
sociedade fraterna, mais humana e mais igualitária, têm como se abeberar na
cultura gaúcha.
Quem,
desde pequeno, educado na família, não recebe aquela educação no sentido de ser
solidário e hospitaleiro com as pessoas?
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib se inscreve e cede o seu
tempo a V. Exa., Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Obrigado. Então, a nossa cultura tem essa
especificidade, e ela é extremamente plural e, talvez, de todas as culturas
regionais, é a que tem uma amálgama maior de influências: temos a cultura
“gaúcha”, do pampa; temos o homem da colonização alemã; temos o homem da
colonização italiana; temos a cultura negra; a cultura polonesa. E tudo isso,
neste inter-relacionamento, é que faz a nossa cultura gaúcha. A própria trova,
que tem origem portuguesa, sofreu, aqui, uma série de influências, e é um
elemento importantíssimo da nossa cultura.
O
meu contato com a trova vem desde piá, porque quem de nós, no interior, não
assistia ao Grande Rodeio Curinga? Infelizmente, hoje, não há mais esse espaço.
E, muitas vezes, o Gildo de Freitas lá esteve, junto com o Gato Preto, com
tantos outros trovadores. A trova era um momento solene nas famílias, porque
não se podia fazer barulho - era todo mundo quieto escutando a trova no
encerramento do Grande Rodeio Curinga.
Hoje,
com a globalização, essa cultura está sendo simplesmente massacrada. A Neusa
que diga das dificuldades encontradas no CD que ela gravou, regravando as
músicas do Gildo de Freitas. Porque lhe falta apoio institucional dos grandes
meios de comunicação para fazer a divulgação do seu trabalho.
Eu
conheci o Gildo me emocionando, especialmente com uma das suas canções, que se
chama A História dos Passarinhos. A História dos Passarinhos dita com aquela
simplicidade, aquela linguagem, muitas vezes, tosca, é uma história de um
conteúdo enorme, é humano, ecológico. Eu me emocionava quando piá ao ouvir A
História dos Passarinhos do Gildo de Freitas, e tantas outras músicas.
Quanto
à arte popular, o Ver. Pedro Américo Leal fez um comparativo muito
interessante, aqui, entre o trovador gaúcho e o cantador nordestino. O nosso
Gildo de Freitas está para o Rio Grande do Sul assim como o Catulo ou como o
Patativa do Assaré, por exemplo, estão para o Nordeste. Então, a cultura
popular, embora seja específica de uma região, tem um conteúdo de
universalidade muito grande, porque lida com valores e sentimentos que são
universais em todas as épocas, momentos e locais. Não é à toa que alguém disse:
se queres ser universal, pinta a tua aldeia.
Falta
espaço, hoje em dia, para resgatarmos esses valores. Os valores, para usar a
linguagem do próprio Gildo de Freitas na sua música, daqueles que aprenderam na
escola da vida e não tiveram oportunidade de ser falquejados em bancos
colegiais. Falta esse espaço e, por isso, nós, em contato com a Dona Carminha e
com a Neusa, quando houve o acampamento Farroupilha, quando o nosso núcleo
também acampou, discutimos sobre isso. E eu, de alguma forma, queria resgatar
isso, porque a história do Gildo de Freitas é uma parte da história deste
Estado, não podia ficar do jeito que estava.
Então,
montamos essa homenagem, que é mais do que uma homenagem, é para ser vivida a
cada ano, nós oportunizamos um espaço para os trovadores.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren se inscreve e cede
seu tempo a V. Exa.
O SR. JOSÉ VALDIR: Agradeço. É um espaço que nós temos. A
própria Dona Carminha sabe da dificuldade que temos - porque ela é Presidente
da Associação dos Trovadores do Rio Grande do Sul - para resgatar esse que é um
elemento importantíssimo da nossa cultura popular gaúcha. Então, a idéia de nós
criarmos a Semana Gildo de Freitas oportuniza uma homenagem permanente, eu
diria, da Cidade de Porto Alegre ao Gildo de Freitas. E também um momento para
criarmos condições para, quem sabe, podermos reequilibrar um pouquinho o jogo,
oportunizar um espaço, o que é muito difícil para quem, hoje, tenta resgatar as
nossas raízes culturais.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vou acrescentar uma contribuição ao seu magnífico pronunciamento,
dizendo que os trovadores, os poetas, os cantores e os repentistas não precisam
se conhecer; eles se entendem. E creio que essa personalidade que V. Exa. está
exaltando - Gildo de Freitas - merece toda a nossa consideração, porque deve
ter sido um romântico e um sonhador. E as pessoas que se dedicam ao sonho e ao
romantismo têm a nossa admiração. É como o Catulo dizia: “Sem o ideal da
poesia, como é triste envelhecer”.
O SR. JOSÉ VALDIR: Agradeço o seu aparte, Vereador. O Gildo,
além de tudo, incorpora o típico gaúcho, com todas as suas contradições: o
gaúcho amante da liberdade, o gaúcho extrovertido. Infelizmente, precisaríamos
de um dia inteiro para contar a história do Gildo, mas ela é cheia de
peripécias, de andanças e de aventuras.
Eu
ouvia do meu pai, que é contador de “causos” - e por isso eu pensava que ele
exagerava -, que o Gildo de Freitas morou, por algum tempo, na tafona do meu
avô, no interior de São Sebastião do Caí. Eu pensava que era bobagem do meu
pai, mas, conversando com D. Carminha, ela me confirmou a história., que o
Gildo, na sua juventude, andou por lá.
O
Gildo é, para mim, uma figura lendária, um ídolo. Para as pessoas do interior,
o Gildo de Freitas era um artista, como é hoje um artista da Globo, sem ter a
telinha.
É
por isso que o Gildo será sempre imortal. Mas há muito a ser resgatado, teremos
que fazer uma releitura da história do Gildo. A D. Carminha, inclusive, tem
feito muito esforço nesse sentido e publicou um livro sobre a história do
Gildo, do qual tirei uma cópia. Agora, vai ser feita uma reedição. E ela está
precisando de mais apoio para fazer essa nova edição.
Quero
deixar aqui esse desafio, para que possamos contribuir com a viabilização desse
projeto.
Então,
quero agradecer a todos os Vereadores, pois tenho a impressão - quase a certeza
- de que esse Projeto vai ser aprovado por unanimidade. E que possamos, neste
ano ainda, organizar a I Semana do Trovador Gildo de Freitas, em Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo
Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 017/98.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Reginaldo Pujol, no exercício da
Presidência, Sras. e Srs. Vereadores, Dona Carminha, familiares do Gildo de
Freitas, todos sabem que não nasci no Rio Grande do Sul, mas já estou aqui há
23 anos. A minha função, desde o início, foi apresentar programas radiofônicos
em várias emissoras onde estive. E uma outra função que eu exercia era
apresentar “shows” em redes de bailões, onde nós pudemos entrar em contato, bem
de perto, com vários dos seguidores de Gildo de Freitas e com o seu nome,
praticamente lendário. Naquela época, quando eu chegava aqui na Cidade,
existiam dois grandes nomes no Rio Grande do Sul no campo artístico: era o
Teixeirinha, que era um nome que ultrapassava fronteiras, e o Gildo de Freitas,
que todos os artistas respeitavam pelo seu valor e pela escola que ele criou no
campo da trova.
Quando
faleceu Gildo de Freitas, nós tomamos uma das primeiras atitudes, no campo
legislativo, no setor de nomes de ruas. Naquela época, era preciso esperar um
ano de falecimento para poder homenagear uma pessoa com o nome de uma rua. Foi
quando fizemos uma modificação na legislação, diminuindo de um ano para três
meses esse prazo, porque acreditávamos que a homenagem para a pessoa deveria
ser feita enquanto ainda se cantavam bem alto as glórias da pessoa que se foi e
que deixou recordações. Uma das nossas medidas foi essa, que consta, hoje, na
Legislação da Cidade. Aproveitamos, solicitamos para Dona Carminha todos os
documentos necessários e uma das ruas da nossa Cidade se chama, hoje, Gildo de
Freitas, em uma das primeiras homenagens que o Município de Porto Alegre e esta
Casa prestaram a esse grande trovador.
Este
momento, em que o Ver. José Valdir apresenta esse Projeto de Lei à Casa, é uma
oportunidade muito boa para que todos nós possamos voltar a falar em Gildo de
Freitas, mas que não apenas a Casa o faça, mas toda a Cidade e principalmente -
pela grande escola que ele criou - os trovadores, aqueles que o seguiram, que
todos possam, nessa Semana Gildo de Freitas, reviver um pouco do grande artista
que Gildo de Freitas foi. Eu cumprimento V. Exa. por esta iniciativa. Mas o que
eu venho falar aqui é exatamente o que eu sinto, pelo vínculo que tivemos já há
bastante tempo, pela trajetória que tenho aqui desta Cidade, pela vinculação
que tenho a essas raízes, ligando-me a esses grandes artistas, como é o caso de
Gildo Freitas. E fico muito feliz em poder rever novamente a família de Gildo
de Freitas, exatamente em um momento como este quando estamos aqui aprovando
este Projeto que é de autoria do Ver. José Valdir.
Então,
quero saudar mais uma vez a memória desse grande artista, desse grande trovador
que foi Gildo de Freitas. Muito obrigado
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrada a discussão. Em votação. Os
Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
PROC.
0711/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/98, de autoria do Ver. João Dib, que concede o “Troféu Destaque
Mário Quintana” ao Senhor Jorge Alberto Mendes Ribeiro.
-
da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela
aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDETE: Em discussão o PR nº 008/98, Proc. nº
0711/98, de autoria do Ver. João Dib. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
1ª SESSÃO
PROC.
1612/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Substituição
do Prefeito) Com Emenda nº 01.
Parecer
- da Comissão Especial. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- discussão geral e votação nos termos do
Art. 130 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão, 1ª Sessão, o PELO nº
003/96, Proc. nº 1612/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães. Não havendo quem
queira discutir, encerramos a discussão.
3ª SESSÃO
PROC.
0587/98 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/98, de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que
dá nova redação aos “caput” dos artigos 17 e 61 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre. Com Emenda nº 01.
Parecer
- da Comissão Especial. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- discussão geral e votação nos termos do
Art. 130 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão, 3ª Sessão, o PELO nº
001/98, Proc. nº 0587/98, de autoria da Vera. Clênia Maranhão. Não havendo quem
queira discutir, encerramos a discussão.
PROC.
1019/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/94 de autoria do Ver. João Dib, que
oficializa, como Hino de Porto Alegre, a canção “Porto Alegre Valerosa” e dá
outras providências. Com Emenda nº 01.
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto e
da Emendas nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 060/94, Proc. nº
1019/94, de autoria do Ver. João Dib. Visivelmente não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos.
(Encerra-se
a Sessão à 12h45min.)
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